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A régua de reputação de digital influencers, um dos fenômenos mais emblemáticos da Quarta Revolução Industrial, sofreu um duro baque. O Instagram anunciou na quarta-feira (17 de julho) mudanças na política de exibição do número de curtidas nas fotos e de visualizações de vídeo. Não vai dar mais para usar quantidade de pessoas que deram “like” como habilidade. De acordo com a rede social, a decisão é parte de uma série de ações que buscam transformar a plataforma em um espaço menos tóxico para a saúde mental de quem a usa.
A tecnologia na Era da Informação pode explorar nossas vulnerabilidades psicológicas. O assunto foi estudado no Reino Unido pela Royal Society for Public Health (Real Sociedade para a Saúde Pública ou RSPH, uma organização britânica de caridade) e pelo movimento Young Health Movement (YHM), criado pela RSPH. A investigação, publicada em 2017, examinou os efeitos positivos e negativos das mídias sociais sobre a saúde dos jovens, incluindo uma tabela de plataformas de mídia social de acordo com seu impacto na saúde mental dos jovens.
O debate tem rendido muito reflexão. Tristan Harris é especialista em ética de design do Google interessado em projetos que não permitam que mentes de bilhões de pessoas sejam sequestradas. Neste artigo ele aponta dez tipos de sequestro e como designers de produtos fazem com sua mente, usando vulnerabilidades psicológicas (consciente e inconscientemente) contra você na corrida para chamar sua atenção.
#1: Se você controla o menu, você controla as escolhas
“A cultura ocidental é construída em torno de ideais de escolha individual e liberdade. Milhões de nós defendem ferozmente nosso direito de escolher “livremente”, enquanto ignoramos como essas escolhas são manipuladas previamente por menus que nem escolhemos em primeiro lugar.”
#2: Coloque um caça-níqueis em um bilhão de bolsos
“Quando tiramos o celular do bolso, estamos jogando um caça-níquel para ver quais notificações ganhamos.”
#3: Medo de Estar Perdendo Algo Importante (FOMO, em inglês)
“O pensamento “e se eu perder algo importante?” é gerado na antecipação de desconectar, cancelar a assinatura ou desligar – não depois.”
#4: Aprovação social
“Somos todos vulneráveis em relação à aprovação social. A necessidade de pertencer, de ser aprovado ou apreciado por nossos iguais está entre uma das maiores motivações humanas. Mas agora nossa aprovação social está nas mãos das empresas de tecnologia.”
#5: Reciprocidade social (quid pro quo)
“Somos vulneráveis ao precisarmos corresponder os gestos dos outros. Mas assim como a Aprovação Social, empresas de tecnologia agora manipulam com que frequência passamos por isso.”
#6: Tigelas sem fundo, Feeds Infinitos e Autoplay
“Outra maneira de manipular as pessoas é mantê-las consumindo coisas, mesmo quando elas não estão mais com fome. Como? Fácil. Pegue uma experiência que era limitada e finita e a transforme em um fluxo sem fim que continua sem parar.”
#7: Interrupções Instantâneas vs Delivery “Respeitoso”
“O problema é que maximizar interrupções em nome dos negócios cria uma tragédia dos comuns, arruinando o limiar de atenção mundial e levando à bilhões de interrupções desnecessárias por dia.”
#8: Amarrando suas razões com as razões deles
“Imagine uma “declaração dos direitos dos cidadãos” digital, delineando normas de design que forcem os produtos usados por bilhões de pessoas a apoiar caminhos empoderadores para que elas possam navegar em direção de seus objetivos.”
#9: Escolhas Inconvenientes
“Imagine um mundo onde as escolhas são catalogadas de acordo com a dificuldade em alcançá-las.”
#10: Prevendo erros, estratégias de arranque
“Quando você coloca o “custo verdadeiro” de uma escolha na frente das pessoas, você está tratando seus usuários ou audiência com dignidade e respeito.”