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A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) divulgou no sábado (13 de julho) uma nota de repúdio ao caso da morte de Thiago de Jesus Dias, de 33 anos, entregador da empresa Rappi, aplicativo de compra de produtos, na madrugada do dia 7 de julho, em São Paulo.
No texto, a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP solidariza-se com a família de Thiago e alerta para as graves consequências para o direito à vida causadas pela atual conjuntura sociopolítica marcada pelo acelerado desmonte de políticas públicas e à ampla fragilização das relações de trabalho.
Confira a íntegra da nota:
“DESMONTE DE POLÍTICAS PÚBLICAS E FRAGILIZAÇÃO DAS
RELAÇÕES DE TRABALHO COLOCAM EM RISCO DIREITO À VIDA
Causou revolta e consternação a morte de Thiago de Jesus Dias, de 33 anos, entregador da empresa Rappi, aplicativo de compra de produtos, na madrugada do último domingo (07/07), em São Paulo.
Ele passou mal, após fazer uma entrega em um prédio no bairro de Perdizes. Ajudado por moradores do local, foi praticamente ignorado pela Rappi, para a qual prestava serviço. Seu atendimento foi empurrado da PM para os bombeiros e destes para o SAMU, que não enviou ambulância para socorrê-lo. Após ter seu transporte negado por um motorista de Uber, foi transportado no carro de um amigo, que teve dificuldade de entrar com ele no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas. Diagnosticado às 2h da madrugada de domingo como tendo sofrido um AVC, Thiago faleceu por volta das 10h da manhã.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP solidariza-se com a família de Thiago, consternada pela tragédia. Ao mesmo tempo, alertamos e lamentamos para as graves consequências para o direito à vida causadas por uma conjuntura sociopolítica marcada pelo acelerado desmonte de políticas públicas somada, concomitantemente, à ampla fragilização das relações de trabalho. Ainda que não se possa afirmar que o atendimento adequado preservaria a vida de Thiago, é certo que teria lhe poupado imenso sofrimento e dor.”
Socialismo Criativo
O alerta da OAB-SP está em sintonia com a proposta de Socialismo Criativo defendida pelo PSB. Afinal, como avalia Domingos Leonelli, integrante da Executiva Nacional da legenda, os socialistas não consideram a Economia Criativa como panaceia universal, nem têm uma atitude de temor reverencial em relação à inovação e à revolução tecnológica. Todavia, alerta, a revolução tecnológica não eliminou a contradição entre capital e trabalho, apenas a colocou em outro patamar.
O PSB Nacional é a primeira legenda a adotar a economia criativa como estratégia de desenvolvimento. O partido propõem uma reestruturação da economia que passe por, entre outros pontos, defender os valores do trabalho e os trabalhadores dentro das novas tecnologias para que elas não signifiquem apenas lucros para as grandes empresas da economia criativa, mas sim novas oportunidades de inserção social e redução das desigualdades e não uma nova geradora de desigualdade.
“É preciso submeter a economia criativa a uma visão crítica do socialismo democrático. Em primeiro lugar, defender os valores do trabalho e os trabalhadores dentro das novas tecnologias”.
Domingos Leonelli
Executiva Nacional do PSB
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