
Dois dos quatro laboratórios desenvolvedores de vacinas autorizadas no Brasil informaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que ainda não possuem dados conclusivos sobre a nova variante do coronavírus, a ômicron. Duas desenvolvedoras, no entanto, deixaram de responder ao pedido de explicações feito pela Anvisa, ou pediram mais tempo para retornar ao ofício, que terminou nesta quarta-feira (09).
A solicitação da Anvisa foi encaminhada no dia primeiro de dezembro aos laboratórios Pfizer, Butantan, Fiocruz e Janssen, que tinham uma semana para responder. A agência exige, para as vacinas autorizadas, que os desenvolvedores monitorem e avaliem o impacto das variantes na eficácia e na efetividade dos imunizantes.
Ao final desse prazo, a situação é a seguinte:
- a Pfizer e a Fiocruz encaminharam as estratégias que estão sendo tomadas, em resposta ao ofício;
- o Instituto Butantan solicitou prazo até a próxima segunda-feira (13/12), tendo em vista que aguarda algumas discussões e definições internas para que possa responder ao ofício; e
- a Janssen ainda não se manifestou.
A própria Anvisa ressalta que os estudos ainda estão em desenvolvimento e que a avaliação experimental completa da Ômicron, feita pelas desenvolvedoras, pode levar semanas ou até meses. “É preciso observar, porém, que esses estudos demandam tempo, uma vez que é preciso obter informações genéticas e amostras de pacientes para então realizar os testes e a análise”.
Com esse status, a agência informou que a Gerência-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) avaliará os dados encaminhados e continuará o monitoramento dos estudos relativos à variante ômicron. A Agência também acompanha o cenário epidemiológico da prevalência dessa variante e a ausência das informações solicitadas pode prejudicar a manutenção da atual autorização da Anvisa.
Prevenção
A variante ômicron contém muitas mutações da proteína spike, bem como mutações em outras partes do genoma viral, com indicações iniciais sugerindo que essa variante pode ser mais transmissível. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a nova cepa como “variante de preocupação”.
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De acordo com Julival Ribeiro, médico infectologista do Hospital de Base do Distrito Federal e chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da mesma unidade de saúde, o momento exige intensificação das medidas já conhecidas de prevenção e controle do coronavírus e combate à pandemia. “A vacina é a melhor forma de prevenção. Quem está vacinado está no melhor caminho”, explica.
O especialista afirma que o surgimento de novas cepas são esperados. “Quanto à ômicron, supõe-se que ela seja mais facilmente transmitida do que a variante delta. No entanto, é uma suposição ainda não totalmente confirmada. Mas até o momento, não sabemos da letalidade da nova variante”, analisa.
A Anvisa reforça, baseada em tudo o que se sabe até o momento, que as vacinas continuam sendo a nossa melhor linha de defesa e que todos aqueles que ainda não receberam a primeira ou segunda dose da vacina, ou que são elegíveis para a dose de reforço, são encorajados a se apresentarem para ajudarem a proteger a si próprios e ao coletivo.
O programa de vacinação, a ampla testagem, o rastreamento genômico e a adoção das medidas não farmacológicas (uso de máscaras, distanciamento social, higienização das mãos) continuam sendo essenciais para o enfrentamento da pandemia, independentemente da variante Ômicron.
Covid no Brasil
Os números do novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h desta quarta-feira (08), apontam que Brasil registrou 231 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas anteriores à divulgação dos dados, com o total de óbitos chegando a 616.298 desde o início da pandemia.
Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias ficou em 183 – a mais baixa desde 22 de abril do ano passado (168). Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -16% e aponta tendência de queda. A média móvel de mortes ficou abaixo de 200 pela quinto dia seguido.
Com informações do G1