
A varíola dos macacos foi declarada emergência global neste sábado (23) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já são mais de 16 mil casos em 75 países com cinco mortes registradas. No Brasil, foram confirmados 592 casos até a última quinta-feira (23) e está entre os 10 países com mais casos em todo o mundo.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que embora o risco da doença seja considerado moderado, menos na Europa onde o risco é alto, decidiu declarar emergência internacional para que as estratégias certas sejam adotadas para barrar a disseminação da doença.
“Embora eu esteja declarando uma emergência de saúde pública de interesse internacional, no momento este é um surto que se concentra entre homens que fazem sexo com homens, especialmente aqueles com múltiplos parceiros sexuais. Isso significa que este é um surto que pode ser interrompido com as estratégias certas nos grupos certos”, disse Tedros.
Ele destacou, no entanto, que o preconceito e o estigma são perigosos quanto os vírus. E ressaltou que os países devem trabalhar de maneira colaborativa e fornecer informações que ajude esse grupo mais afetado pela doença com informações seguras e medidas eficazes para conter a disseminação do vírus.
“Estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus. Além de nossas recomendações aos países, também peço às organizações da sociedade civil, incluindo aquelas com experiência no trabalho com pessoas vivendo com HIV, que trabalhem conosco no combate ao estigma e à discriminação”, ressaltou.
A decisão foi tomada de maneira inédita por Tedros apesar de não haver consenso entre os membros que integram o comitê de emergência da OMS. Ele afirmou que o aumento de casos que passaram de 3.040 em 47 países para 16 mil em 75 países foi destacado pelo chefe da agência.
No Brasil, o Ministério da Saúde se manifestou após o anúncio da OMS. Disse que está monitorando a doença e a possibilidade de adquirir vacinas contra a doença.
Tedros afirmou que a declaração de emergência pode levar a um maior investimento em tratamento e vacinas. Contudo, o diretor de emergências Mike Ryan, diz que ser vacinado não dá proteção instantânea contra a doença.
Com informações do g1