
“A probabilidade de limitar o aquecimento global a 1,5ºC tem declinado”, afirma o novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima (PCC), em comparação com o ciclo de avaliação feito em 2013. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
“Isso porque as emissões [de gases causadores do aquecimento global] aumentaram desde 2017, e muitos caminhos recentes têm emissões projetadas mais altas até 2030”, diz o painel do clima da ONU.
Lançado nesta segunda-feira (4), o novo relatório atualiza a conta sobre a trajetória recente das emissões de gases causadores do aquecimento global e também faz projeções sobre as reduções previstas nos compromissos do Acordo de Paris e as oportunidades de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono em todos os setores.
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As emissões globais de gases-estufa subiram mais entre 2010 e 2019 do que em quaisquer das décadas anteriores. Por outro lado, o ritmo de crescimento foi menor: 1,3% por ano. Na década anterior, de 2000 a 2009, as emissões subiram em um ritmo de 2,1% ao ano.
“Responsáveis” pelo dano ambiental
A responsabilidade pelas emissões também migrou nesse período, indo dos Estados Unidos para a China. O painel do clima aponta que a América do Norte respondia 19% das emissões globais no ano 2000, mas, com o crescimento chinês, a fatia de responsabilidade americana diminuiu para 14% em 2010 e 12% em 2019.
Enquanto isso, a Ásia Oriental, puxada pela China, passou a responder por 27% das emissões globais em 2019. Em 2000, a região contribuía para 16% das emissões globais e, em 1990, apenas 13%.
A mudança dos principais emissores é um dos principais nós das negociações climáticas da ONU. Os países desenvolvidos, responsáveis pela maior parte das emissões históricas, argumentam que países em desenvolvimento como a China — e também Brasil e Índia —, precisam aumentar seus compromissos climáticos.
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O jornal Folha de S.Paulo apurou que as revelações do IPCC sobre o aumento das emissões recentes, cuja contribuição maior vem de países em desenvolvimento como a China, gerou disputas sobre o texto que atrasaram a plenária final de aprovação do relatório, revisado e comentado por representantes de governos dos 195 países.
Prevista para ser concluída na última sexta-feira (1), a plenária se estendeu até o domingo, com um adiamento do lançamento do material. A discussão entre China e Estados Unidos foi, segundo participantes da plenária, uma das principais dificuldades para a aprovação do texto. A China é criticada por planejar atingir o pico de emissões apenas no final da década, o que é aceito pelo Acordo de Paris para países em desenvolvimento. Para os americanos, os chineses deveriam ter compromissos mais altos, já que lideram as emissões atuais globalmente.
PSB contra a destruição
Em suas teses da Autorreforma, o PSB acredita que para o crescimento da geração contemporânea não se deve sacrificar o bem-estar das gerações futuras.
Para que isso ocorra, a sigla socialista defende que projetos de mineração sejam submetidos a rigorosos processos públicos e transparentes de licenciamento e adoção de medidas que tenham por objetivo recuperar as políticas que garantam a homologação, recuperação e proteção de terras indígenas das “garras capitalistas” da reforma agrária e da regularização fundiária.
Além disso, o PSB reitera a necessidade de impedir que a pecuária bovina extensiva, não integrada com a lavoura, e o agronegócio, com a prática de uso intensivo de agrotóxicos continuem avançando em áreas florestais. As teses da Autorreforma partidária ressaltam que é preciso garantir e aperfeiçoar os requisitos de licenciamento ambiental, como forma de eliminar a ação da grilagem, do garimpo ilegal e da substituição da mata por atividades pecuárias, que têm resultado em intenso desmatamento das florestas brasileiras, notadamente na Região Amazônica.