
Na noite desta quinta-feira (28) PSB, PSOL, PT, PDT, PCdoB e Rede protocolaram representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por disseminação de fake news, incitação ao ódio e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Conselho de Ética da Câmara. Os partidos também pedem a retomada imediata dos trabalhos do colegiado.
Investigações do STF apontam que Jair Bolsonaro tentou obstruir as investigações relacionadas ao “Gabinete do Ódio”, que funcionaria nas dependências do Palácio do Planalto, chefiado por seus filhos, aliados políticos e empresários. O trabalho do grupo consistia na produção e na difusão em larga escala de notícias falsas com objetivos políticos.
Esta semana, o deputado Eduardo Bolsonaro criticou os inquéritos em curso no Supremo e afirmou que é necessário punir o ministro Alexandre de Moraes.
“Sem disfarçar o seu caráter autoritário e saudosista da ditadura civil-militar brasileira, o Representado disse ainda até entender as pessoas que tenham uma ‘postura mais moderada’, para tentar impedir um ‘momento de ruptura’, mas ele acredita que a questão, nesse caso, não é de se vai ocorrer a cisão, mas de quando”, destaca a representação.
Providências
Para os partidos, há uma “articulação orientada pelo Representado e por aliados do Presidente da República, na tentativa de deflagrar uma ruptura institucional, com graves consequências para a democracia brasileira. É fundamental que os poderes constituídos tomem as providências cabíveis para punir os responsáveis pelos atentados contra o Estado Democrático de Direito.”
Eduardo Bolsonaro já responde a processo no Conselho de Ética por afirmar que “se a esquerda brasileira radicalizar”, uma resposta pode ser “via um novo AI-5”. Essas representações foram apresentadas pelo PSOL, Rede, PT e PCdoB.
Lideranças
“Existe uma quadrilha do gabinete do ódio. Estamos vivendo um grave momento da nossa história, com a pandemia e a disseminação do fascismo. A Câmara não pode ficar em silêncio, deveria reabrir o Conselho de Ética e cassar o mandato desse deputado quadrilheiro”, afirma a líder do PSOL, deputada Fernanda Melchionna (RS).
No início da quinta, o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) já havia sugerido a ação da Comissão apara apurar o caso. “O núcleo familiar-miliciano de Jair Bolsonaro desrespeita e agride o Brasil, xinga outros poderes, debocha da democracia. Não há espaço para meio termo: são criminosos. E com essa fala de Eduardo há mais razões para chamarmos ele ao Conselho de Ética da Câmara”, disse Jerry.