
A Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), grupo emergencial criado pelo governo para monitorar a crise hídrica e energética, afirmou, em nota, nesta sexta-feira (15) que “apesar do aumento das chuvas, a situação ainda requer atenção”. A avaliação contraria a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, nesta quinta (14), traçou um cenário otimista para o setor após as recentes chuvas no país.
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Ainda na quinta, Bolsonaro disse que irá determinar ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a volta ao normal da atual bandeira tarifária — que tem gerado aumento na conta de luz dos consumidores em todo o país.
No entanto, o grupo de monitoramento declarou que houve aumento de chuvas, principalmente na região Sul, e há perspectiva positiva no Centro-Oeste e no Sudeste. Mesmo assim, o órgão técnico apontou dificuldades para a solução da crise hídrica.
Um exemplo citado pela Câmara de Regras, que é liderada pelo Ministério de Minas e Energia, é a atual condição do solo “bastante seco, e, portanto, maiores dificuldades de transformação das chuvas em vazões, ou seja, em volumes significativos de água que chegam nos reservatórios do país”.
Em meio à declaração de Bolsonaro, o Ministério de Minas e Energia irá se reunir na próxima quinta (21) com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para discutirem os cenários para a bandeira tarifária no país. O encontro já estava previsto antes das declarações do presidente Bolsonaro.
A Creg, em reunião nesta sexta, decidiu prorrogar medidas extraordinárias de combate à crise hídrica no país, como a flexibilização de regras para as usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera até fevereiro do próximo ano.
Com informações da Folha de São Paulo