
Nesta quarta-feira (3), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou de críticas que vem sofrendo por parte da imprensa. Segundo o chefe do Executivo, para a mídia, o vírus é ele próprio. O mandatário fez a declaração na saída do Palácio da Alvorada após um apoiador comentar sobre a pandemia da Covid-19 e a vacinação no país. “Para a mídia, o vírus sou eu”, apontou.
Mesmo com o discurso vitimista, o mandatário se eximiu de qualquer culpa sobre a condução das ações e novamente apresentou dados, sem comprovação, para minimizar os efeitos da pandemia no Brasil.
“O Brasil é o 20º país do mundo em mortes por milhão de habitantes. Têm outros países com IDH, renda e orçamento melhor que o meu em que morrem mais gente”, afirmou.
Depois, retomou a defesa do tratamento precoce da Covid-19 e a criticar o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
“E por que está morrendo menos gente aqui? Tem que ter uma explicação. Seria o tratamento precoce?”, indagou. “Se ficar em casa, até sentir falta de ar, como dizia o sr. Mandetta, você vai para o hospital para ser entubado. E se for entubado, você sabe, né? Em torno de 60% a 70% das pessoas infelizmente entra em óbito”, completou o presidente antes de cobrar investimentos em mais Unidades de Terapia Intensiva (UTI). “Devemos investir em UTI, sim. Que salve 1%, mas você tem de investir em UTI”, concluiu Bolsonaro.
Crise na saúde
As falas inadequadas de Bolsonaro ocorrem um dia após o Brasil ter registrado o recorde de 1.726 mortes por Covid-19, de acordo com levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Foi o maior número de óbitos pela doença registrado em um intervalo de 24 horas, elevando o total de mortes provocadas pelo coronavírus atingiu 257,5 mil um dia após o Brasil.
A média móvel de novas mortes no Brasil na última semana foi de 1.274 por dia, uma alta de 23% em relação aos dados registrados em 14 dias e também um recorde pelos dados coletados pela imprensa.
Com informações da Folha de S. Paulo