
O presidente do Peru, Pedro Castillo, declarou na segunda-feira (7) sobre “tentativas de golpe” contra seu governo por parte de setores políticos e da mídia, por meio, segundo ele, de “intensas campanhas de difamação” em jornais e redes sociais.
“Esta nova campanha midiática visa promover o impeachment presidencial e expõe as atitudes antidemocráticas de alguns setores que buscam desestabilizar o país”, disse o mandatário. O presidente peruano destacou ainda que foi eleito por maioria do voto popular e que seu mandato vai até 28 de julho de 2026.
Castillo também rejeitou a hipótese de que sua equipe de confiança teria “interferência” nas tomadas de decisões no Peru, afirmando que, desde o início de sua gestão, o governo tem “respeitado as decisões do ministros de Estado”.
Segundo a agência Sputnik News, O ex-secretário presidencial Carlos Jaico e o ex-ministro do Interior Avelino Guillén chegaram a afirmar que Castillo tinha um “gabinete à sombra”, sugerindo que seus assessores eram os reais responsáveis por dirigir a política do governo.
“Essas declarações em todos os seus extremos são falsas. Desde o início do meu governo tenho respeitado as decisões do ministros de Estado”, disse, apontando que espera que a classe política atue com responsabilidade no país”, e não pensando em “meros interesses privados”.
No entanto, essa não é a primeira afirmação de Castillo sobre supostas tentativas de desestabilização no Peru por parte da oposição.
Desde agosto de 2021, Castillo alerta sobre um possível golpe de Estado no país, depois que um grupo de parlamentares da oposição formalizou um pedido de impeachment contra seu governo.
A iniciativa do pedido de destituição foi promovida pela deputada Patricia Chirinos, do partido de direita Avança País, e contou com o apoio de 28 parlamentares das siglas Renovação Popular e Força Popular. Esta última agremiação é liderada por Keiko Fujimori, filha do ditador e ex-presidente Alberto Fujimori, e oponente de Castillo na disputa do segundo turno da última eleição.
Em 7 de dezembro, o Congresso do país barrou a moção por 76 votos contra, 46 a favor e quatro abstenções. O pedido precisava de 52 votos favoráveis para ser aprovada. Nesta segunda (7), a presidente do Poder Judiciário, Elvia Barrios, pediu ao presidente Castillo que convocasse o Conselho de Estado para uma reunião de emergência com objetivo de traçar estratégias para resolver a crise política que o país atravessa. Elvia defendeu a necessidade do diálogo entre as instituições nacionais para promover ações que garantam a paz e o bem-estar dos cidadãos, além de “fortalecer o sistema democrático peruano”.
No início deste mês, Pedro Castillo nomeou sua segunda mudança no gabinete de ministros em apenas sete meses de gestão. A recomposição do gabinete, formado em novembro do ano passado, foi anunciada na última segunda-feira (31/01), mas os novos nomes só foram apresentados na terça-feira (1).
O novo governo será liderado por Héctor Valer Pinto, ex-membro do partido de extrema direita Renovação Popular.