
A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (2), 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária nas cidades de Manaus e Porto Alegre. A ação investiga irregularidades para a construção do hospital de Campanha Nilton Lins, unidade usada no combate à pandemia no estado.
O secretário de Saúde Marcellus Campêlo, o empresário Nilton Consta Lins Júnior e outras quatro pessoas são alvos de mandado de prisão. Campêlo teria sido procurado em dois endereços e não foi encontrado.
O secretário Campêlo não foi encontrado em dois endereços nos quais foi procurado. Foram detidos na operação Sérgio José Silva Chalub, Rafael Garcia da Silveira, Frank Andrey Gomes de Abreu, Carlos Henrique Alecrim John.
PF faz busca na casa do governador do AM
Agentes também fazem busca na casa do governador Wilson Lima, na sede do governo do Amazonas, na Secretaria de Saúde, na casa do secretário de saúde Marcellus Campêlo, na casa do dono do Hospital Nilton Lins e no Hospital Nilton Lins.
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Na manhã desta quarta-feira (9), a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça a partir das 9h vai analisar uma denúncia contra Lima e o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, por supostas fraudes na compra de respiradores.
As ações são parte da quarta fase da Operação Sangria, que investiga crimes como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos.
Indícios de contratação fraudulenta
Segundo as investigações, há indícios de que funcionários da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer um grupo de empresários locais para a construção de um hospital de campanha, sob orientação da cúpula do Governo do Estado.
De acordo com a PF, esse local não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia COVID-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade.
Os contratos assinados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas para serviços de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem no hospital de campanha têm indícios de irregularidades no processo licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados.
Operação autorizada pelo STJ
A ação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão e solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). É a quarta fase da Operação Sangria, que já tinha cumprido buscas contra o governador nas fases anteriores.
Marcellus é o segundo secretário de Saúde do Amazonas a ter mandado de prisão expedido. Sua antecessora, Simone Papaiz, foi presa em junho do ano passado em uma das fases da operação. A PF também cumpre outros cinco mandados de prisão temporária, contra representantes das empresas suspeitas de envolvimento nos desvios.
Nesta nova fase, a PGR apura irregularidades na contratação de um estabelecimento privado, o Hospital Nilton Lins, para recebimento de pacientes com Covid-19, pelo valor de R$ 2,6 milhões para três meses de funcionamento. Segundo a investigação, o governador teria direcionado a contratação do hospital sem observar os requisitos legais. Também há suspeitas de que contratos com empresas para fornecer material para a estrutura temporária do hospital estariam superfaturados.
Com informações do G1