
A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta quarta (22) um plano emergencial para o serviço funerário da cidade que busca evitar o colapso no sepultamento de corpos diante do avanço de mortes pelo novo coronavírus. Entre as medidas anunciadas pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, há a previsão do uso de oito câmaras refrigeradas para acomodar até mil corpos.
Ainda de acordo com Covas, há a previsão de contratação de 220 coveiros e a aquisição de 32 novos carros para compor a frota do serviço funerário. Também serão compradas 38 mil novas urnas funerárias, 15 mil sacos reforçados para transporte dos corpos e 3 mil equipamentos de proteção para os funcionários dos cemitérios. O prefeito afirmou também que 13 mil valas poderão ser abertas.
Cenário
O cenário em que os técnicos da Prefeiura trabalham é que o número de sepultamentos diários na cidade, que nesta época do ano é de cerca de 240 por dia, passe já nos próximos dias para 400 cerimônias.
Nesse cenário, a Prefeitura passará a veicular uma nova campanha publicitária em que será citado o que ocorreu nos últimos dias em Guayaquil, no Equador, em que corpos foram deixados na rua, por falta de capacidade do serviço funerário de fazer muitos sepultamentos ao mesmo tempo. A mensagem dirá que a prevenção a esse quadro passa pelo respeito ao isolamento social.
“Temos de nos preparar para os piores cenários. Se necessário, esperamos ter capacidade para trabalhar 24 horas. Mas insistimos que a população deve ficar em casa. A prefeitura não pode não estar preparada, mas esperamos que a população colabore cada vez mais. Da nossa parte cabe preparar a estrutura, mas cabe à população colaborar e melhorar esse índice de isolamento social”, disse Covas.
A taxa no Estado de São Paulo, nesta quarta-feira, 22, ficou em 48% e acendeu um “sinal amarelo” no governo do Estado. O prefeito também afirmou que o telefone 156 estará disponível para atendimento funerário. Ele também anunciou um crédito suplementar de R$ 40 milhões para o serviço funerário, o que pode ampliar a capacidade de 240 para 400 sepultamentos diários.
O plano prevê níveis de medidas a serem adotadas de acordo com os cenários da evolução da Sars-CoV-2 na cidade. Há ações de contingência até para o caso de haver colapso em outras cidades da região metropolitana, o que provocaria aumento dos enterros na capital.
Medo
O temor é a ocorrência na cidade de cenas que ocorrem em outras regiões, como o Amazonas, onde corpos chegaram a ficar nos leitos hospitalares, ao lado de pacientes, com as equipes de sepultamento.
O plano já vinha sendo estudado desde a semana passada e vem depois de uma série de ações que a Prefeitura já adotou diante do aumento da demanda. Na cidade, os enterros estão sendo feitos em cerimônias de até 10 minutos, restritas aos familiares mais íntimos. Coveiros e outros servidores usam equipamentos de proteção individual para evitar contaminação.
Com informações do Estado de S. Paulo.