
Na tarde desta quarta-feira (07), o presidente do Peru, Pedro Castillo, foi preso após anunciar o fechamento do Congresso e decretar estado de exceção no país. Apesar disso, os parlamentares ignoraram a ordem presidencial e aprovaram o impeachment de Castillo horas após o anúncio.
O presidente do Congresso do Peru convocou a vice, Dina Boluarte, para tomar posse como presidente depois de a moção de vacância aprovada com 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções. Eram necessários 87 votos para a aprovação do impeachment de Castillo.
A manobra do agora ex-presidente, que foi alvo de três processos de impeachment em 16 meses no poder, foi encarada por opositores e aliados como um golpe na tentativa de evitar a prisão. A votação da destituição já estava marcada, mas Pedro Castillo tentou uma última jogada na tentativa de impedi-la com a dissolução do Congresso e a instauração de um governo de emergência – o que não encontra respaldo na Constituição peruana.
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Horas antes da votação, o ex-presidente havia dissolvido os poderes Legislativo e Judiciário, e convocado eleições para uma assembleia constituinte. Além disso, ele decretou estado de exceção, o que inclui toque de recolher. Crucialmente, as Forças Armadas e a Polícia não apoiaram a decisão considerada uma forma de golpe de estado. Castillo anunciou as medidas, em rede nacional de televisão, horas antes de sofrer a terceira votação por seu impeachment no Parlamento.
Pedro Castillo enfrenta uma crise permanente desde que assumiu a Presidência, há quase dois anos e a tensão no governo vem se agravando depois que os parlamentares começaram a avaliar uma denúncia do Ministério Público do país contra Castillo, por suspeita de corrupção. Em outubro, o ex-presidente denunciou “um golpe parlamentar em marcha” e pediu a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA).
De acordo com informações dos jornais El Comércio e La Republica, Pedro Castillo se entregou em uma delegacia da capital peruana, Lima. Apesar disso, a notícia ainda não foi confirmada oficialmente pelas autoridades.