Três quartos dos entrevistados pelo Datafolha afirmaram ter tido ciência do caso, 29% deles bem detalhadamente, 35% mais ou menos e 11%, mal

Segundo a opinião de 64% dos brasileiros que tiveram conhecimento da prisão do ex-assessor do clã presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sabia onde estava escondido Fabrício Queiroz, detido em Atibaia na quinta retrasada (18). Os dados são da pesquisa Datafolha, com uma a margem de erro da pesquisa de dois pontos para mais ou menos.
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Três quartos dos entrevistados pelo Datafolha afirmaram ter tido ciência do caso, 29% deles bem detalhadamente, 35% mais ou menos e 11% mal.
O grau de familiaridade com a história cresce ainda mais entre os mais ricos (96% entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e 95% dos que têm renda maior que 10 mínimos) e instruídos (91% de quem fez curso superior). A crença dos entrevistados é aferida depois de o próprio presidente Jair Bolsonaro ter afirmado, em uma live transmitida no dia da prisão, que sabia sobre procedimentos contra um câncer que Queiroz fazia na região.
“Rachadinhas”
Assim, só 21% acham que o presidente não sabia sobre o amigo, investigado no esquema das “rachadinhas” da Assembléia do Rio de Janeiro quando Flávio Bolsonaro era deputado estadual.
O filho do presidente tinha Queiroz, próximo de Bolsonaro desde 1984, como assessor no seu gabinete. O ex-assessor contratou parentes de milicianos suspeitos da execução, no começo de 2018, da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista.
Já as “rachadinhas” eram desvios de salários de funcionários do gabinete, prática comum na Assembléia, segundo o Ministério Público.
Entre os que aprovam o governo, 45% acreditam que Bolsonaro não sabia do esconderijo de Queiroz. Do total de entrevistados, 15% dizem não saber avaliar se o presidente sabia ou não.
Por outro lado, 46% dos 2.016 brasileiros ouvidos pelo Datafolha em 23 e 24 de junho não acreditam que o presidente esteja envolvido no caso das “rachadinhas”. Para 38%, Bolsonaro estava envolvido e 16% não opinaram. Aqui, a fé dos bolsonaristas na inocência do presidente é maior: 80% deles acham que ele não está envolvido.
Os jovens são os mais céticos. Entre quem tem de 16 a 24 anos, 52% dos ouvidos acham que o presidente está envolvido no escândalo.
Com informações da Folha de S. Paulo.