
Nathalie Becquart, ex-diretora do Serviço Nacional para a Evangelização da Juventude e das Vocações da Conferência dos Bispos da França, foi escolhida pelo Papa Francisco para assumir a Subsecretaria do Sínodo dos Bispos, órgão que organiza os encontros mundiais do alto escalão da igreja católica. Esta ação, coloca Becquart como a primeira mulher a ter direito a voto em Assembleias do Vaticano.
Pouco antes desta nomeação, o Papa Francisco também havia escolhido a juíza italiana Catia Summaria como promotora do Tribunal de Apelações do Vaticano, primeira mulher a ocupar o referido cargo. O pontífice vem modificando a estrutura administrativa da Santa Sé desde o ano passado quando, em um só ato, nomeou seis integrantes femininas para cargos de grande importância no conselho que fiscaliza as finanças da Cidade-Estado.
Apesar de se posicionar contra a possibilidade de mulheres se ordenarem padres, o Papa não tem sido indiferente às discussões de gênero e seus desdobramentos. Foram criadas por ele, comissões que estudam a história de mulheres que exerciam papel de sacerdotes nos primeiros séculos após a criação da Igreja Romana com objetivo de, quem sabe, viabilizar a volta destas funções.
“Nos últimos encontros, aumentou o número de mulheres que participaram como especialistas ou ouvintes. E com a nomeação da irmã Nathalie Becquart e sua possibilidade de participar nas votações uma porta foi aberta”, afirmou Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos.
Grech, classificou a nomeação de sua subsecretária como uma sinalização do Papa para esta maior abertura à participação das mulheres nos processos de decisão da igreja.