Prisão de Daniel Silveira põe Lira em primeiro teste institucional na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), convocou uma reunião extraordinária da Mesa Diretora da Casa para as 13h desta quarta-feira (17), a fim de discutir a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). As informações são do jornal O Globo.

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Eleito após negociação com o Centrão promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a gestão de Lira foi posta em xeque. O plenário da Câmara precisa confirmar ou negar a prisão. Se negar, o Legislativo deixará claro que considera normal que parlamentares ameacem outro Poder. Se, porém, permite a prisão, o presidente da Casa entrará em conflito com o próprio Planalto e a base ideológica do presidente.

Lira havia pedido “serenidade” após a prisão de Silveira. Entre a noite de terça e a madrugada desta quarta, ele afirmou ter consciência de suas responsabilidades com a “Instituição e a Democracia” e disse que qualquer decisão será tomada pelo Plenário da Casa.

A coleção de polêmicas de Silveira

Daniel Silveira é investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, que apura a organização e realização de manifestações com ataques ao Legislativo e ao Judiciário, e também no inquérito das fake news, que apura ataques aos ministros da Corte. Diante dos ataques bolsonaristas nas redes, a equipe de segurança do STF monitora as movimentações no entorno do prédio e houve reforço de efetivo nesta quarta.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes após os ataques recentes ao ministro Edson Fachin, o relator da Lava Jato, num momento em que a operação está sob fogo cerrado, mostra um gesto forte. No entanto, gera especulação de uma nova crise entre os Poderes enquanto se desenrola o acordo do Planalto com o Centrão.

Para evitar um desgaste tão cedo com o bloco, auxiliares do presidente defendem que o Palácio do Planalto não se envolva na prisão. Na opinião de uma pessoa próxima a Bolsonaro, Silveira fez “ataques gratuitos e generalizados” e extrapolou o direito de se manifestar ao “desafiar, xingar e desqualificar” ministros do STF.

Com informações do jornal O Globo