
Autora de três pareceres favoráveis ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) em meio às investigações sobre o esquema de “rachadinha” no antigo gabinete dele na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), a procuradora de Justiça Soraya Taveira Gaya, do Ministério Público do Rio (MP-RJ), já compartilhou um vídeo do presidente Jair Bolsonaro em uma rede social, acompanhado de um comentário elogioso.
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Em seus pareceres, Soraya pediu que os trabalhos dos investigadores fossem suspensos, concordando com a defesa do parlamentar. As posições dela têm relação com um pedido de habeas corpus de Flávio, cujo julgamento está marcado para a próxima quinta-feira (25).
Dois meses antes de emitir o primeiro posicionamento, em setembro do ano passado, Soraya fez uma publicação em sua conta no Facebook com um elogio ao pai de Flávio.
“Coloca esse pessoal no lugar deles”
Em 20 de julho de 2019, ela compartilhou um vídeo do canal “Folha do Brasil”. Nas imagens, o presidente aparece em uma conversa com jornalistas, enquanto defende as políticas ambientais de sua gestão para a Amazônia e critica dados sobre desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Gostei das respostas dele, bem objetivo”, escreveu Soraya na ocasião. Ela também manifestou aprovação em comentários sobre as falas. Ela curtiu, por exemplo, uma mensagem que dizia “Parabéns, presidente! Coloca esse pessoal no lugar deles!”
Quando concordou pela primeira vez com a defesa de Flávio, em setembro, Soraya pediu para que as investigações sobre ele fossem suspensas enquanto o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) analisava o pedido de habeas corpus do parlamentar.
Ela também se mostrou favorável ao argumento dos advogados de que o senador deveria ter direito a foro especial no caso, uma vez que os fatos no gabinete ocorreram quando ele era deputado estadual.
No Facebook, Soraya fez uma publicação dias depois de ter emitido o primeiro parecer. Ela escreveu “Dormir com a consciência tranquila não tem preço” e foi parabenizada por amigos e familiares pelo teor de sua manifestação.
O Sonar procurou o Ministério Público do Rio para saber se Soraya gostaria de se manifestar sobre sua publicação no Facebook. Não houve resposta até o fechamento desta edição.
Com informações do jornal O Globo.