
Líder do PSB na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon (RJ) anunciou no fim desta segunda-feira (11) que o partido convocará o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele detalhe a abertura de dois Programas de Demissão Voluntária pelo Banco do Brasil, com a previsão de adesão de cerca de 5 mil funcionários. A sugestão partiu do companheiro de sigla, deputado Bira do Pindaré (PSB-MA), ex-presidente do Sindicato dos Bancários maranhense.
“ATENÇÃO! Nós, do PSB, por sugestão de Bira do Pindaré, vamos convocar Guedes p/ que preste esclarecimentos sobre o plano de fechar 112 agências do Banco do Brasil e demitir 5 mil pessoas. Acompanharemos de perto, prontos para combater mais essa crueldade do governo Bolsonaro!”, declarou Molon.
Pelas redes sociais, o autor da proposta criticou a política econômica do governo. “O que justifica demitir 5 mil funcionários e fechar 361 agências do Banco do Brasil? Nada. Esse desmonte visa, única e exclusivamente, favorecer a privatização e o enriquecimento de banqueiros no país. São as ordens do governo Bolsonaro sob o comando de Paulo Guedes. Resistiremos!”, escreveu Bira do Pindaré.
Enxugamento do Banco do Brasil
Nesta segunda (11), por meio de nota, o Banco afirmou que irá promover o fechamento de 361 unidades – 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento – ainda no primeiro semestre deste ano. Para isso, incentivará funcionários a aderirem em uma das duas modalidades voluntárias de desligamento.
O número final de adesões, assim como o impacto financeiro, serão informados ao mercado após o encerramento do período de adesão, que ocorrerá até 5 de fevereiro, divulgou o banco. Os incentivos variam de acordo com as condições estabelecidas por cada programa e pelas condições de cada funcionário.
Em julho de 2019, o Banco do Brasil anunciou um plano de desligamento incentivado para promover adequação nos quadros de funcionários, além de regularizar vagas e excessos em dependências e praças, otimizando a distribuição da força de trabalho nas unidades. Aderiram ao PDV 2.367 funcionários.
Em setembro de 2020, de acordo com último balanço de resultados, o Banco do Brasil tinha 92.106 funcionários, queda de 1,9% em relação a setembro de 2019 (93.872).
Funcionários contestam
Após o anúncio, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) cobrou a revisão das medidas. Em carta encaminhada ao presidente do BB, André Guilherme Brandão, a ANABB diz que as medidas transmitem uma percepção de “cortina de fumaça” para encobrir intenções privatistas em torno do BB.
Para a entidade, o esvaziamento do BB e o enfraquecimento de sua atuação em áreas chave de negócios comprometem sua solidez e seu papel de banco público.
Com informações do G1 e Uol