
Uma história que se renova de quatro em quatro anos. Em 2018, um vídeo com cenas de orgia sexual protagonizadas pelo Governador de São Paulo, João Dória (PSDB), viralizou. No ano eleitoral seguinte, 2022, a Polícia Federal traz o assunto novamente à tona para dizer que, sim, o vídeo é verdadeiro.
Um laudo pericial da Polícia Federal elaborado em janeiro deste ano descarta “sinais de manipulação” nas imagens em que Doria aparece na cama com seis mulheres. Uma delas, é funcionária do gabinete de um parlamentar aliado do tucano e foi chamada para depor.
O inquérito foi aberto logo depois que o vídeo viralizou, ainda em 2018, a pedido dos advogados do próprio Doria para apurar crime de “difamação eleitoral”. De uma eleição a outra, muitas coisas mudaram e a revelação de que o vídeo não é manipulado pode prejudicar o próprio Dória.
Doria diz que PF quer prejudicar sua pré-candidatura
Em nota, João Doria afirmou que a PF está reeditando “o maior crime eleitoral já realizado contra um candidato na história do Brasil, justamente quando se aproximam as eleições presidenciais”. Ele afirma que a instituição tenta prejudicar sua pré-candidatura a presidência da República.
O vídeo começou a circular no dia 23 de outubro de 2018. Na ocasião, o governador de São Paulo disse que se tratava de uma fake news, que teria sido forjada por adversários políticos. À época, Doria chegou a dizer que Márcio França (PSB), com quem disputaria as eleições dias depois estava por trás da gravação.
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Nada ficou provado. A gravação terminou caindo no esquecimento, até que voltou à tona nos últimos meses após passar pelas mãos de cinco delegados. A investigação que havia sido adiada por conta da pandemia voltou a tramitar mais rapidamente em outubro de 2020.
O delegado Leonardo Henrique Rodrigues solicitou uma perícia técnica ao Núcleo de Criminalística da PF para “identificar/reconhecer a identidade das mulheres que aparecem nas cenas. Pediu também que os peritos indicassem eventuais montagens no vídeo.
Em função da baixa qualidade do vídeo, não foi possível identificar ninguém por meio da tecnologia disponível, mas foi possível afirmar que o vídeo não foi manipulado. Conclusões diferentes das que tiveram a perícia contratada por Doria.
O laudo foi assinado em janeiro deste ano pelo perito Bruno Garbe Júnior e afirma não haver indícios de fraude no material. Adversários de Doria foram ouvidos pela PF e foi um deles que teria identificado a mulher que foi convocada a depor.