
A CPI da Pandemia do Senado ouve nesta quarta-feira (18), a partir das 9h30, Túlio Silveira, advogado da Precisa Medicamentos. Ele é o representante legal da empresa na negociação da vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech, com o Ministério da Saúde.
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O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou decisão de considerar Túlio Silveira como investigado e não mais como testemunha. Segundo o relator, o silêncio do advogado “ecoa indício” de prováveis participações em contratos suspeitos e “ligações óbvias” com outros investigados.
Renan ainda ressaltou, como outros setores já tinham feito, o fato de Silveira não ter apresentado procuração ou outro instrumento que comprovasse sua participação como advogado da Precisa Medicamentos. O relator voltou a dizer que o depoente não possuía escritório de advocacia dois dias antes da assinatura do contrato da Covaxin com o Ministério da Saúde.
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Transformar depoente em investigado deveria ser decidido pela CPI, diz Marcos Rogério
Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que concorda com a transformação da condição do depoente de testemunha para investigado. Ele ressaltou, no entanto, que o relator deveria ter submetido essa mudança à deliberação da comissão. O senador disse ainda que Túlio Silveira usa da OAB para obstruir a investigação da CPI e que isso seria crime.
Rogério Carvalho vê irregularidades no contrato da Precisa Medicamentos
O senador Rogerio Carvalho (PT-SE) destacou que todas as informações apuradas da Precisa Medicamentos são suficientes para dizer teve corrupção ativa e passiva, e tráfico de influências.
“Houve várias irregularidades do início do contrato ao fim do contrato. E por isso foi interrompido”, comentou.
Randolfe avalia que representante da Precisa “não conseguiu convencer”
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que Túlio Silveira “não conseguiu convencer” a CPI de que atuava apenas como um advogado da Precisa Medicamentos. O senador apresentou documentos em que o depoente é identificado como responsável pela área de Parcerias Internacionais. No dia 23 de março de 2021, Silveira participou de uma sessão temática no Senado em que foi identificado como gerente de Contratos da farmacêutica.
“Vossa Senhoria tem todo o direito ao silêncio, direito que defendemos e respeitamos. Mas a mim Vossa Senhoria não conseguiu convencer. Num intervalo de cinco meses ter ocupado três funções completamente distintas. Ora como advogado, ora participando de momentos decisivos do contrato”, disse Randolfe.
Com informações da Agência Senado