
O capítulo sobre Parcerias e meios de implementação do Relatório Luz 2021 traz referências que podem ajudar a compreender os efeitos da política externa adotada pelos governos federais, que contribuem para a perpetuação da concentração de renda no Brasil. Nessa entrevista, a análise dessa trajetória de fracassos de políticas governamentais, feita pelo economista Cláudio Fernandes, traça um paralelo com premissas da Autorreforma do PSB.
Fernandes é economista e consultor do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030). “O Brasil é um país de crescimento arrastado. Historicamente dependente da exportação agrícola e com baixo retorno nos investimentos públicos. Precisa de novas soluções, investir em tecnologias, P&D e educação. A Agenda 2030 propõe soluções para mudar este quadro”, disse Claudio.
Essa é uma das premissas da Autorreforma do PSB.
“O Brasil não aceitará o papel a ele reservado, pelo mundo capitalista, de se constituir em uma nação marcada pela desigualdade, produtora apenas de commodities agrícolas e minerais e simples consumidora de produtos de alta tecnologia”
Autorreforma PSB
O pesquisador também explica como decisões tomadas no âmbito do governo afetam a rede de relacionamentos comerciais bilaterais e multilaterais construída pelo Brasil nos últimos anos, calculando prejuízos nacionais como a falta de recursos para investimentos em meio ambiente e ciência e tecnologia oriundos de países ricos e blocos econômicos.
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“A política externa brasileira deve compreender que a soberania nacional, que garante a autonomia das ações dos Estados nacionais dentro de seus territórios, precisa levar em conta as novas premissas do mundo globalizado – em que fronteiras tornam-se mais tênues à medida que a circulação de pessoas, informações, recursos financeiros e mercadorias ampliam-se em fluxos globais, intensificados pela revolução tecnológica”
Autorreforma PSB
Relatório 2021
O lançamento nacional do Relatório Luz 2021 (baixe o documento aqui) ocorreu durante a Audiência Pública promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, com participação remota dos formuladores.
A quinta edição do relatório é uma série histórica (iniciada em 2017), editada conjuntamente pelas equipes das ONGs Artigo 19 e Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero, que trata do cumprimento da Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável e foi realizado, ao todo, por 106 especialistas. O documento avaliou dados governamentais e revelou que mais de 80% das metas encontram-se em retrocesso e/ou estagnadas – fazendo com que o Brasil caminhe na contramão do mundo.