
A reprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está em 52%. Nem a liberação da primeira parcela do auxílio emergencial de 2021 para 45 milhões de pessoas, em abril, foi capaz de melhorar a popularidade do chefe do Executivo. O dado faz parte da pesquisa Exame/Ideia, que ouviu 1.230 pessoas entre os dias 4 e 5 deste mês.
Entre os que responderam a pesquisa, 24% aprovam o governo e os que não aprovam nem desaprovam chegam a 22%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
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Na pesquisa anterior, realizada pelo instituto em abril, o índice apurado foi de 54%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, a reprovação segue no mesmo patamar.
Entre os entrevistados que desaprovam o governo 58% têm ensino superior e 56% são das classes A e B. As regiões Centro-Oeste e Norte têm o maior índice de aprovação, com 41% e 36%, respectivamente.
Redução de renda impacta rejeição a Bolsonaro
A pesquisa também mostrou que 68% dos entrevistados tiveram redução na renda nas últimas semanas. O fato é atribuído à piora nos números de casos e de mortes por Covid-19. Já entre os participantes do levantamento que afirmaram ter recebido o auxílio emergencial, 71% disseram que o dinheiro foi usado para comprar comida.
“Esses números corroboram com a importância desse auxílio para manter as pessoas em casa, com o mínimo de condições de sobrevivência. Há uma grande expectativa de que o auxílio só termine em dezembro. Somente 18% acham que o auxílio terminará em julho, como é previsto pelo governo. Então, tem um potencial de perda de popularidade se as expectativas da população não se concretizarem.”
Maurício Moura, fundador do instituto de pesquisa Ideia
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CPI da Pandemia traz esperança contra Covid
Os pesquisadores também perguntaram aos participantes qual a expectativa deles com o início da Comissão Parlamentar de Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal para investigar o governo sobre o enfrentamento à pandemia. Para 41% a maior expectativa é aumentar o ritmo de vacinação. Já para 45% dos entrevistados a CPI vai forçar o governo a mudar a forma como tem conduzido a gestão da crise sanitária.
“O que chama a atenção é que as pessoas acreditam que a CPI vai alcançar três objetivos: encontrar culpados, gerar mais vacina ou aumentar o ritmo de vacinação, e também garantir mais auxílio de renda durante o período da pandemia. O ritmo de vacinação é uma variável crítica que reflete diretamente na popularidade presidencial.”
Maurício Moura
Nesse sentido, Bolsonaro se voltou à CPI com ameaças de decreto contra o lockdown. O que para o líder da Oposição na Câmara dos Deputos, Alessandro Molon (PSB)-RJ), é sinal de desespero com as investigações do colegiado.
A íntegra da pesquisa pode acessar acessada aqui.
Com informações da Exame