
A presidente do Conselho da Federação (Senado) da Rússia, Valentina Matvienko, ressaltou nesta quarta-feira (1) que as sanções contra seu país chegaram ao limite, mas nunca produziram os resultados esperados pelos países ocidentais. Em reunião na cidade de Maputo, em Moçambique, a senadora afirmou que a Rússia continua o seu desenvolvimento e enfrenta a pressão que lhe é exercida. As informações são da Prensa Latina.
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Nesta semana, líderes da União Europeia chegaram a um acordo sobre a proposta de embargo das importações de petróleo da Rússia e concordaram em excluir do sistema Swift o Sberbank, o principal banco russo.
Na questão do petróleo, após uma série de dificuldades e resistência de alguns países, especialmente a Hungria, representantes dos 27 países-membros, aprovaram uma medida sem precedentes: banir completamente as importações de petróleo por via marítima e manter uma exceção para o envio por meio do oleoduto Druzhba, que liga a Rússia à Europa Central.
Para Matvienko, os países aplicaram mais de 10 mil sanções e medidas econômicas, financeiras e comerciais contra a Rússia, a maioria delas nos últimos três meses com o início do conflito com a Ucrânia. A senadora afirma que as nações “admitiram ter esgotado as possibilidades de continuar a guerra de sanções sem comprometer os próprios países”.
“A situação atual dos mercados de alimentos, a interrupção das cadeias de suprimentos e o enorme aumento no custo dos produtos trazem grandes riscos”, disse ela. Segundo Matvienko, o “pacote” sem precedentes de restrições contra a Rússia desencadeou em grande parte a crise econômica global.
Consequências dos embargos
A política russa alertou que os segmentos mais vulneráveis da população, inclusive nos países africanos, serão os primeiros a sentir as consequências da crise.
O representante permanente da Rússia na União Europeia, Vladimir Chizhov, destacou na terça-feira (31) que os países, encabeçados pelos Estados Unidos e União Europeia, já se aproximaram do limite do que é possível em termos de sanções anti-russas.
“Não há mais o que proibir”, disse ele, referindo-se ao banimento do petróleo russo por via marítima.
Entretanto, Vladimir alertou que, em caso de maiores embargos dos já aplicados, a UE enfrentaria “uma ordem de magnitude de problemas e contradições internas mais graves do que até mesmo com o petróleo”.
Gasolina na fogueira
Também nesta quarta-feira, a Rússia declarou que os Estados Unidos estão “jogando gasolina no foggueira” ao enviar foguetes de longo alcance para a Ucrânia. O envio de armamentos foi anunciado pelo presidente estadunidense Joe Biden na última terça-feira (31).
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“Acreditamos que EUA esta jogando gasolina na fogueira. Eles estão mantendo a linha de que lutarão contra a Rússia até o último ucraniano”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

O vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, também criticou os planos do presidente dos EUA de enviar mais armas para a Ucrânia.
“É evidente que os Estados Unidos, à frente de um grupo de países, estão deliberadamente dedicados a armar o regime ucraniano (…) Descrevemos esses planos como muito negativos”, disse o vice-chanceler em entrevista à agência de notícias Sputnik.
Biden falou, em artigo para o The New York Times, sobre enviar mísseis antitanque Javelin, mísseis antiaéreos Stinger, artilharia poderosa, sistemas de foguetes de precisão, radares, veículos aéreos não tripulados, helicópteros Mi-17 e munições.
Segundo o líder estadunidense, a guerra só terminará “por meio da diplomacia”. Em sua avaliação, segundo o artigo, os armamentos colocarão a Ucrânia na posição mais forte possível na mesa de negociações.