
Três centrais sindicais pediram, nesta segunda-feira (20), que o Ministério Publico do Trabalho (MPT) investigue denúncias de racismo institucional em lojas do McDonalds no Brasil. Segundo as centrais, o documento encaminhado apresenta relatos de 16 ex-funcionários da rede que teriam sido humilhados e assediados por supervisores em quatro estados, num período de cinco anos.
Os casos incluiriam expressões pejorativas em relação à cor e ofensas sobre o cabelo. Uma das vítimas relata que foi impedida de trabalhar num evento da rede em função da cor da pele. Homossexuais e pessoas acima do peso também teriam sido barradas.
As centrais sindicais – UGT, CUT e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs) – querem que o McDonalds, que emprega 40 mil pessoas no país, adote medidas para impedir casos de racismo e que seja feito um censo na empresa para aferir a quantidade de funcionários negros, seus cargos, renda média, idade e gênero, entre outros dados.
Denúncia
A denúncia foi encaminhada à Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades da Procuradoria Regional do Ministério Público do Trabalho de São Paulo. O órgão é presidido pela procuradora Adriane Reis de Araújo, e responsável pela aplicação de leis contra discriminação no trabalho.
Os sindicalistas pedem que seja criada uma força-tarefa para investigar casos em todo o país, ampliando apurações em curso na Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região, em Curitiba.
O advogado Alessandro Vietri, responsável pelo pedido, afirmou que é essencial que haja um canal eficiente e sigiloso de denúncias na empresa. Para ele, é necessário que as vítimas, a maioria jovens, muitos menores de 18 anos, possam usá-lo de forma segura.
A Arcos Dorados, empresa que detém a maioria das lojas da rede no Brasil, afirmou que não teve acesso ao documento e não pode se posicionar sobre o assunto. Em nota, informou ainda que “reitera o seu total compromisso com a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo e de respeito”.
Além disso, a companhia informa que não tolera nenhuma prática de assédio ou discriminação. ‘A empresa promove periodicamente treinamentos baseados em seu Código de Conduta, para comunicar e conscientizar funcionários sobre seus valores corporativos em relação à diversidade e forma de ser”.
Com informações do jornal O Globo.