
“Inaceitável”. Foi como o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP) classificou o projeto que permite a compra de vacinas contra a Covid-19 por empresas para aplicação nos funcionários, sem que os mesmos façam doação de parte das doses ao Sistema Único de Saúde (SUS).
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Empresas já podem comprar vacinas
A legislação atual já permite a compra de imunizantes por pessoas jurídicas, mas com a exigência da doação enquanto o governo não concluir a imunização de grupos prioritários. A quantidade de pessoas vacinadas contra a Covid-19 com ao menos a primeira dose no Brasil chegou a 17.620.872 nesta quarta-feira (31), número representa apenas 8,32% do total da população.
Como informou Capiberibe, o projeto conta com o apoio do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que defendeu o texto ao fazer um pronunciamento ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“A iniciativa privada, talvez, nesse momento, possa ter uma agilidade por outros caminhos que possam trazer outras vacinas para o Brasil e qualquer brasileiro vacinado é um a menos nessa lista que pode correr o risco de contrair o novo vírus.”
Arthur Lira
Nessa quarta, o país registrou 3.950 mortes por Covid-19, nova maior marca até agora. A média móvel diária também marcou o maior número até então, 2.971 mortes por dia. É o sexto dia seguido com aumento na média.
Vacina VIP
O ex-senador João Capiberibe (PSB-AP) também utilizou as redes sociais para criticar o projeto. Para o político, Lira e Pacheco defendo a vacinação daqueles que, assim como eles, são privilegiados e não a distribuição igualitária organizada pelo sistema público de saúde.
O deputado federal Bira do Pindaré (PSB-MA) também criticou o que definiu como “vacina VIP” e destacou a campanha Vacina para Todos.