
Com Julinho Bittencourt
Socialistas comentam o dia seguinte às ameaças golpistas de Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília (DF) e São Paulo (SP) no Dia da Independência celebrado em 7 de setembro.
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), avisou pelas redes que fará pressão para abertura do impeachment do presidente.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), afirmou que Bolsonaro já deu início a sua tentativa de golpe de estado e que, agora, resta saber até onde ele irá em suas investidas antidemocráticas, e qual será a resposta que as instituições e a sociedade civil darão ao mandatário.
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“[Bolsonaro] já está tentando um golpe, não se trata mais de uma previsão. No momento em que ele faz essas marchas milicianas, com ele à frente e esse tipo de emulação criminosa, não se trata mais de discutir se ele tentará ou não um golpe, uma ruptura, ele já está naquilo que nós chamamos de itinerário criminoso. A questão é saber até onde ele vai”, declarou o governador em entrevista ao UOL News.
A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), destacou a tietagem a Fabrício Queiroz nos atos antidemocráticos no Rio de Janeiro (RJ).
Partidos de centro embarcam no impeachment
Líderes do PT, PDT e PSOL comemoraram manifestações recente do PSDB e PSD que acenaram com possível apoio ao impeachment do presidente. “Até que enfim, né? Acho importante. O que mais ele precisa fazer para a gente ‘impichá-lo’”, disse a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
Gleisi vê “dois campos claros” na política brasileira atual. “O democrático, que envolve os partidos de esquerda, de centro e da direita liberal, que participaram da abertura democrática do país. E o autoritário, que é Bolsonaro”, avalia.
Para ela, “está mais do que na hora dos partidos do campo democrático estarem unidos para tirar esse homem de onde está”, diz Gleisi.
Já para o presidente do PDT, Carlos Lupi, a sinalização do PSDB e do PSD é importante e resulta de “uma reação natural” que Bolsonaro está “provocando em todos os democratas”, cuja “gota d’água” foram as manifestações de terça-feira (7) incitadas pelo presidente contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Temos que jogar a democracia contra ele [Bolsonaro]. Nesse momento, a democracia contra ele é o impeachment”, disse ele ainda.
“Na luta que estamos travando, a gente não escolhe aliados”, afirmou Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.
“Qualquer decisão que for tomada por esses partidos em relação a uma adesão ao impeachment é muito bem-vinda. Temos consciência de que a oposição de esquerda e de centro esquerda não é suficiente para ter os votos necessários para dar abertura ao processo de impedimento do presidente”, concluiu.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, chamou as declarações de Bolsonaro feitas na manifestação em Brasília nesta terça-feira (7), de “gravíssimas” e convocou uma reunião da diretoria executiva da legenda nesta quarta-feira (8), para discutir a posição do partido sobre o impeachment do presidente.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse à jornalista Míriam Leitão na segunda-feira (6), que o partido pode apoiar o impedimento caso Bolsonaro insista na escalada de ataques contra as instituições democráticas.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede) tuitou: “É bom lembrar, o impeachment de Collor iniciou em fins de agosto de 1992. Em 29/09 ele foi preventivamente afastado e em dezembro condenado pelo Senado. Se todo mundo pegar logo no serviço a gente se livra dessa tragédia antes que o ano acabe.”
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) afirmou: “Bolsonaro quis enquadrar, mas vai acabar perdendo a cadeira. PSDB e PSD vão debater apoio ao impeachment. Ninguém aguenta mais esse traste.”
Com informações do Uol