
Na cidade de São Paulo, afroempreendedores terão um importante ponto de apoio para seus negócios. Para ajudar a aquecer os negócios em meio à pandemia do novo coronavírus, a PretaHub – aceleradora e incubadora de empreendedorismo negro – inaugurou a Casa PretaHub, um espaço com 530 metros quadrados na região central da cidade.
O ambiente, idealizado por Adriana Barbosa, também criadora da Feira Preta, oferecerá acesso gratuito a espaços como estúdios de produção audiovisual, biblioteca e salas de reunião.
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A casa havia sido idealizada como um coworking, mas teve seu projeto reavaliado devido à pandemia. Os espaços agora têm como principal objetivo viabilizar a criação de conteúdo. Exemplo disso é uma cozinha pop-up, na qual será possível gravar vídeos e aulas de culinária.
Outras áreas vão estimular a experimentação, com equipamentos como impressoras 3D.
Casa PretaHub é sonho antigo
A inauguração realiza um sonho antigo, fruto da persistência de Adriana Barbosa. Ela conta que em meados de 2008, a Feira Preta teve um espaço fixo na Vila Madalena com o apoio de uma rede internacional e da embaixada da Espanha, mas o local foi fechado quando os recursos da parceria acabaram.
“Foi inexperiência não desenvolver um modelo de negócio que se sustentasse”, diz a CEO da PretaHub, que acrescenta: “Ficamos por 19 anos realizando vários programas e tendo a feira como evento anual. A casa dá esse lastro permanente”.
A Casa PretaHub já nasce com essa proposta estruturada, pois o local será mantido com o apoio de parceiros comerciais como Extra, Facebook e a Fundação Tide Setubal.
Parcerias e capacitação
Mais que um ambiente para a circulação de produtos e serviços, a Casa PretaHub pretende ser um ponto de troca de experiências, formação de parcerias e capacitação. “A ideia é que eles possam criar conteúdos com as marcas”, explica Adriana.
Além da locação de espaços para fins comerciais, outra fonte de receita da casa será a oferta de aulas e palestras.
Gratuidade para afroempreendedores
O acesso à casa será gratuito para afroempreendedores interessados apenas em usar sua infraestrutura. Quem quiser um apoio especializado poderá contratar o serviço de profissionais da plataforma PretaHub, que terá base montada no espaço. Hoje, a plataforma reúne uma rede de mais de 1 mil empreendedores.
O local também abriga: uma galeria de arte, que será abastecida com obras de artistas negros; uma biblioteca comunitária que mantém parceria com livrarias negras; uma loja colaborativa, com produtos de diferentes marcas.
“O espaço permite apoiar desde o processo criativo até o final, com o escoamento”, destaca Barbosa, que aproveitou para anunciar o lançamento de um marketplace da Feira Preta, em parceria com o Santander.
O espaço terá a circulação de pessoas limitada e atenderá aos protocolos sanitários devido à pandemia. E para além do momento pandêmico, Adriana Barbosa tem planos de levar o modelo da Casa PretaHub a outras cidades e regiões do país, criando um modelo de franquia social adaptável a diferentes necessidades.
Com informações da revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios