Pesquisadores afirman que o número de infectados pode ser maior do que as projeções iniciais

São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília despontam como eixo de disseminação do novo coronavírus para outras regiões do País. A propagação nesses estados é maior do que se esperava.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade de Brasília (UnB) afirmam que o Covid-19 está se propagando com uma velocidade maior, e que por isso, acreditam, pode superar as projeções iniciais do número de infectados.
Monitoramento realizado pelo Ministério da Saúde, na quarta-feira (25), atualizou para 57 o número de mortes no país causadas pelo novo coronavírus e 2.433 casos confirmados.
Na terça, a pasta registrou 46 mortos e 2.201 casos confirmados, um aumento de 24% de mortes e de 10% de casos oficiais de um dia para o outro, segundo dados do Ministério da Saúde.
Os pesquisadores afirmam que os níveis de infecção serão agravados conforme a transmissão sustentada continue e atinja regiões mais vulneráveis do País.
De forma propositiva, eles apontam duas alternativas para quebrar esse ciclo de contaminação: a mitigação e a supressão.
Na mitigação há o isolamento apenas de casos suspeitos. Contudo, isso não necessariamente impede a propagação, mas contribui para a redução da demanda por assistência médica. A estratégia racionaliza o uso do sistema de saúde, que passa garantir atendimento àqueles que realmente precisam.
Em outra linha, a supressão consiste no isolamento social para reduzir o número de casos. Essa tem sido a estratégia de enfrentamento ao Covid-19 adotada pela maioria dos países.
Desde terça São Paulo está sob decreto de quarentena do governador, João Doria (PSDB). Dessa forma, comércio e serviços não essenciais devem permanecer fechados.
Assim, bares, restaurantes e cafés poderão funcionar apenas com serviços de delivery.
Em coletiva, o governador anunciou que, se necessário, o Estado tomaria “medidas policiais” para impedir aglomerações, como bailes funk e outros eventos de rua.
A realização de missas, cultos e outras manifestações religiosas não é recomendada, mas não estão proibidas.
As medidas de Dória se opõem ao presidente Jair Bolsonaro, que em pronunciamento nacional defendeu isolamento somente para idosos e pessoas de grupos de risco.