
Por Carolina Fortes
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria na manhã desta sexta-feira (22) para manter a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL), bolsonarista radical que ameaçou ministros da Corte em fevereiro deste ano.
Votaram pela manutenção da prisão do parlamentar o relator, ministro Luís Roberto Barroso, e os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Edson Fachin. Alexandre de Moraes, que pediu a prisão do deputado, se declarou impedido de votar.
O bolsonarista foi preso pela segunda vez em junho por desrespeitar a utilização da tornozeleira eletrônica por cerca de 30 vezes. Ele também se negou a fornecer a senha do celular para os agentes.
Silveira já havia sido preso em fevereiro por ataques aos ministros do STF e, em março, foi autorizado a cumprir prisão domiciliar.
Moraes pede prisão de Allan dos Santos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou na quinta-feira (21) a prisão preventiva do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. O dono do canal “Terça Livre” está nos Estados Unidos, com o visto vencido, e deverá ser extraditado imediatamente ao Brasil.
Dessa maneira, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal inclua o mandado de prisão na lista da Difusão Vermelha da Interpol e acionou a embaixada dos Estados Unidos.
A decisão de Moraes atende a um pedido da Polícia Federa, mas contraria a Procuradoria-Geral da República, que se manifestou contrária a prisão do blogueiro bolsonarista.
Em sua decisão, Alexandre de Moraes justifica o pedido de prisão de Allan dos Santos, pois, “o citado cidadão, a pretexto de autar como jornalista em um canal divulgado nas redes sociais, reiteradamente produz e difunde conteúdos […] focados nos mesmos objetivos: atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização, gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da república, além de outros crimes”.
Além disso, Moraes afirma que Allan dos Santos pratica crimes como “ameaça, crimes contra a honra e incitação à prática de crimes, bem como o tipo penal decorrente de integrar organização criminosa, convergente com o contexto da apuração já em curso”.
Para o ministro, Allan dos Santos se aproveita do grande alcance de seus canais para lucrar com o ódio. “Com o objetivo de lucrar, estes canais, que alcançam um universo de milhões de pessoas, potencializam ao máximo a retórica da distinção amigo-inimigo, dando impulso, assim, a insurgências que acabam se materializando na vida real, e alimentando novamente toda a cadeia de mensagens e obtenção de recursos financeiros”.