
O presidente Jair Bolsonaro voltou a insinuar a possibilidade de não disputar a reeleição no ano que vem. Em discurso aos apoiadores no Mato Grosso nesta quinta-feira (19) afirmou ‘não fazer questão’ de ser candidato em 2022. Disse ainda que “há muita gente melhor do que ele” para ocupar o cargo.
“Tem muita, mas muita gente melhor do que eu por aí. Não faço questão de dizer que quero ser presidente. Agora, a barra é pesada. Tu tem que ter couro grosso”. Jair Bolsonaro
Para Bolsonaro a dificuldade maior é ter que ‘resistir’ às propostas que rondam o cargo, já que, segundo explicou, ‘quase sempre’ recebe pessoas com ‘interesses não-republicanos’ em Brasília.
“Não queiram a minha cadeira. Não é fácil estar naquela cadeira de criptonita. Os interesses são os mais variados possíveis que chegam até você. Nem sempre…ou quase sempre…não-republicanos”. Jair Bolsonaro
No discurso, o presidente também minimizou as últimas declarações que sugeriam manifestações de cunho antidemocrático em 7 de setembro. No entanto, novamente indicou que ‘seguirá a vontade do povo’. Bolsonaro não confirmou se participará dos atos previstos em Brasília ou em São Paulo.
“Ninguém precisa se preocupar com o movimento de 7 de setembro. Nosso povo é ordeiro, pacifico, patriota. Perguntam onde estarei dia 7 de setembro, estarei como sempre, onde o povo estiver”. Jair Bolsonaro
“Contragolpe” de Bolsonaro
Recentemente, o presidente convocou ‘direitistas’ a irem às ruas e pedirem um ‘necessário golpe’. A convocação foi feita por mensagens de WhatsApp enviadas do celular pessoal do mandatário. Nesta semana também, em entrevista a uma rádio do Mato Grosso, disse que o limite de ‘jogar dentro das quatro linhas da Constituição’ estaria no clamor popular.
Sem citar nomes, Bolsonaro voltou a dizer que alguns membros que atuam ‘na Praça dos Três Poderes’ estariam ‘atacando a liberdade’.
“De onde menos esperávamos controle sobre a liberdade, de lá tá vindo a mão pesada, ou melhor, uma caneta”, afirmou provavelmente se referindo às decisões recentes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Bolsonaro esteve na capital do estado para entregar máquinas agrícolas às comunidades indígenas locais. O presidente tem constantemente defendido a exploração de terras nestas comunidades, seja na agricultura ou garimpo, por meio da aprovação de leis como o PL 490, que segundo lideranças e especialistas representam um retrocesso aos direitos dos índios e em questões ambientais.
Com informações da Carta Capital