
O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau manteve o silêncio por pelo menos 20 segundos ao ser questionado sobre o que achava das falas e ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante dos protestos causados pela morte de George Floyd, um homem negro, em uma ação policial.
Durante uma coletiva de imprensa, um repórter perguntou: “Você tem sido relutante em comentar as falas e ações do presidente dos EUA, mas temos agora um Donald Trump pedindo por ação militar contra manifestantes. Vimos manifestantes sendo dispersados com gás lacrimogêneo ontem para abrir caminho para uma foto presidencial. Gostaria de perguntar o que você pensa sobre isso e, se não quiser comentar, que mensagem você acha que está enviando?”.
Depois de um visível desconforto em comentar o assunto, sem responder diretamente sobre a reação de Trump, Trudeau afirmou que assiste com “horror” o que está acontecendo no país vizinho e que é “hora de ouvir as pessoas e entender as injustiças que perduram” na sociedade.
“Todos assistimos com horror e consternação o que está acontecendo nos Estados Unidos. É hora de reunir as pessoas, mas é hora de ouvir. É hora de aprender o que é injustiça, e continua apesar do progresso ao longo dos anos e décadas “, respondeu.
Falando de seu próprio país, ele afirmou que os acontecimentos também trazem a chance do Canadá lidarem com o tema da discriminação.
“Mas é um momento para nós, canadenses, reconhecermos que também temos nossos desafios de que os canadenses negros e os canadenses racializados encarem a discriminação como uma realidade vivida todos os dias. Existe discriminação sistêmica no Canadá, o que significa que nossos sistemas tratam os canadenses de cor, os canadenses que são racializados de maneira diferente do que os outros”, acrescentou.
George Floyd
Os protestos nos EUA começaram há uma semana e ganharam força diante da ameaça de Trump de colocar o exército nas ruas, ganhando a adesão de artistas e astros do esporte.
Uma investigação divulgada esta semana apontou que Floyd morreu de asfixia, depois que um policial branco apertou o seu pescoço com o joelho. Segundo os médicos que conduziram as investigações, Floyd já estava morto quando foi colocado na ambulância.
Com informações da DW Brasil.