
O fundador e presidente da montadora de carros elétricos Tesla, Elon Musk, disse em e-mail ao qual a Reuters teve acesso de que a empresa precisa reduzir o número de funcionários em 10%.
Na mensagem, Musk afirma ter um “pressentimento muito ruim” sobre o futuro da economia, diz a Reuters ao citar a mensagem eletrônica.
De acordo com a Reuters, o título da mensagem é “pausa nas contratações em nível mundial” e foi enviada a todos os executivos da ligados a Tesla nesta quinta-feira (02).
Momentos antes da mensagem ser enviada, as ações Tesla recuavam a 4,7% no pré-mercado da Nasdaq. A empresa e Elon Musk não desmentiram nem confirmara a veracidade do e-mail divulgado pela Reuters.
Elon Musk anuncia projeto para conectar escolas brasileiras, mas não diz como será feito
O empresário Elon Musk anunciou, por meio de suas redes sociais, que lançará um projeto no Brasil chamado Starlink que visa conectar 19 mil escolas em áreas rurais e também monitorar a Amazônia.
“Superanimado por estar no Brasil para o lançamento da Starlink em 19 mil escolas não conectadas em áreas rurais e também para o monitoramento ambiental da Amazônia”, declarou Musk no Twitter.
No entanto, o dono da Tesla não detalhou como tal projeto será desenvolvido e nem como o chamado Starlink vai acontecer. O governo federal também não deu detalhes sobre o projeto.
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Além disso, o bilionário afirmou que pretende instalar satélites para monitorar a Amazônia, porém, o Brasil já conta com tal serviço desde 1988, trabalho realizado pelo Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Super excited to be in Brazil for launch of Starlink for 19,000 unconnected schools in rural areas & environmental monitoring of Amazon! ?? ? ? ♥️
— Elon Musk (@elonmusk) May 20, 2022
Musk, Twitter e as eleições do Brasil
O anúncio da compra do Twitter, por Elon Musk, a extrema-direita dentro e fora do Brasil ficaram em polvorosa. O motivo é que o controverso empresário já deixou claro que é um defensor da “liberdade de expressão sem limites”, na mesma linha do alegado pelo bolsonarismo para propagar ódio e desinformação nas redes. E, ao que tudo indica, pode ter efeitos nefastos para o Brasil.
Raquel Recuero, diretora do Laboratório de Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais (Labmídia), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), avalia que se Musk resgatar contas banidas, como ele deu a entender que fará e que pode ocorrer até a eleição brasileira, os impactos serão sentidos nas eleições de outubro.
Por isso, ela afirma em entrevista ao Estadão, que entende a celebração Bolsonaro e seus aliados, como o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), já tiveram conteúdos removidos com a compra da plataforma por Musk. O empresário, que já falou que se avaliasse necessário, apoiaria golpes de Estado, sugeriu, que o Twitter tem ‘viés de esquerda’.
Para a pesquisadora, se o cenário se confirmar, a tendência é de aumento da onda de desinformação.
“Hoje, uma das estratégias de desinformação é justamente circular algo com uma opinião, para contornar o algoritmo do Twitter, que já vem coibindo certos tipos de conteúdo. Podemos ter um aumento, sim, da circulação de desinformação que pode ter um impacto negativo na eleição. A desinformação transborda, não fica em um único canal, e vai circulando em outros”, alerta Recuero.
Embora ela não acredite que haja tempo viável para implementar o que Musk pretende até as eleições de outubro, o resgate de contas banidas tende a ser liberado. O que poderia ser, especialmente, problemático no caso de contas de políticos e influenciadores excluídos da plataforma.
“Se essas contas voltarem, os motivos pelas quais elas foram banidas não são mais ilegais. Isso pode acabar por ampliar muito a quantidade de desinformação na plataforma. Outra coisa é discursos intolerantes e de ódio serem ampliados”, analisa.
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A pesquisadora também acredita que o clima beligerante das eleições de 2018 também dominou o processo eleitoral deste ano. Ataques à democracia e legitimação de discurso de ódio foram normalizados pelo bolsonarismo
“Nem começou a campanha e já temos uma radicalização das opiniões, já há ameaças veladas e ameaças explícitas e a gente normaliza a ameaça à democracia. É uma normalização perigosa. As autoridades, tanto os tribunais quanto a própria Polícia Federal, precisam ficar atentas a esse tipo de comportamento, porque ele pode, sim, indicar algum outro tipo de ação como vimos nos EUA”, pontua a pesquisadora.