
Em mais uma revelação sobre os crimes do vereador bolsonarista Gabriel Monteiro (PL-RJ), o depoimento de uma das quatro vítimas que denunciaram o político por estupro foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (14). A votação da cassação do político está prevista para quinta-feira (18).
A mulher conta que em 14 de maio de 2017 saiu de uma boate com Gabriel Monteiro e que os dois teriam começado a se beijar. Após iniciarem o ato sexual – até aquele momento consentido – o político passou a agredi-la com tapas no rosto e socos nas costelas.
Ela pediu para ele parar, mas Monteiro ignorou o pedido e continuou com a agressões. Ele também ignorou o pedido que a mulher havia feito para usar camisinha. Por fim, o bolsonarista ainda gravou a mulher sem consentimento e enviou os vídeos por WhatsApp.
A reportagem também mostrou que ela procurou um hospital no dia seguinte. No prontuário foi registrado “hipótese diagnóstica: violência sexual”.
Cassação
Na última semana, o Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio aprovou o pedido de cassação de Gabriel Monteiro por unanimidade. Ele responde a quebra de decoro parlamentar por, entre outras acusações, ter tido relações sexuais com uma adolescente, gravado e divulgado os vídeos.
Também recaem sobre o bolsonarista acusações de assédio sexual e moral, além da produção e divulgação de vídeos forjados na internet.
Ameaças contra relator
O vereador Chico Alencar (PSOL-RJ) passou a ser alvo de ataques e ameaças nas redes sociais de apoiadores de Gabriel Monteiro. Chico é o relator do processo no Conselho de Ética.
Os ataques contra o vereador do PSOL se intensificaram no final de julho, quando ele anunciou através das redes sociais que o relatório contra Monteiro estava pronto.
Entre os ataques a Chico Alencar, estão comentários como “sua raça tem que ser excluída da política brasileira” e ofensas pessoais.
“Quem só tem como ‘argumento’ o xingamento não merece resposta, só o lamento. Quem só faz ataque pessoal opera no plano irracional. Recomendo debater o processo ético-disciplinar (ou, fora dele, as investigações criminais e os processos judiciais)”, escreveu, por sua vez, o vereador do PSOL.
Assessor morto
Vinícius Hayden Witeze, o ex-assessor que denunciou Gabriel Monteiro pela prática de assédio moral e sexual, morreu no dia 28 de maio, num acidente de trânsito em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
O carro de Hayden capotou na RJ-130, que liga a cidade de Teresópolis a Nova Friburgo, e ele morreu na hora.
Ele morreu três dias depois de prestar depoimento contra o político bolsonarista no Conselho de Ética, quando compareceu usando colete à prova de balas. Na ocasião, ele havia relatado que estava sofrendo ameaças.