Na função de diretor-executivo da entidade, Weintraub passará a defender uma agenda progressista, contrária a cartilha antiglobalista e conservadora do bolsonarismo

Nesta sexta-feira (19), o Banco Mundial recebeu a comunicação oficial que indica o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para o cargo de diretor-executivo no conselho administrativo da entidade. Caso a nomeação seja aceita pelos demais países do grupo, Weintraub irá assumir o restante do mandato atual, que termina em 31 de outubro de 2020.
O novo cargo exige uma completa mudança no comportamento do ex-ministro, que passará a defender uma agenda progressista, formada por políticas de equalização de oportunidades entre gêneros e o apoio a projetos que lidam com a mudança climática, entre outros exemplos.
Conhecido pelo gênio explosivo, Weintraub ainda terá que lidar com regras que preveem punições a desvios de conduta. Além disso, precisará conquistar credibilidade junto a outros países do banco.
Apesar dos empecilhos que terá que enfrentar, a mudança será um salto no salário de Weintraub. Em valores convertidos para o real, o ex-ministro passará a receber R$ 115 mil por mês, mais do que o triplo do seu salário anterior de R$ 30,9 mil.
A cadeira antes era ocupada por Fábio Kanczuk, que deixou a função de diretor-executivo antes de encerrar o mandato para ser diretor de Política Econômica do Banco Central.
O “patriota” que deixa seu país
Após deixar o cargo de ministro da Educação, Abraham Weintraub disse que irá embora do Brasil “o mais rápido possível, em poucos dias”, e que, por isso, não quer “brigar” com ninguém. No entanto, alertou que não o provoquem.