Após indas e vindas, troca de acusações entre autoridades policiais e políticas, as investigações sobre o assassinato de Marielle correm em “marcha lenta”
Hoje, 30 de agosto, completam 900 dias da execução a tiros da vereadora do PSOL do Rio de Janeiro, Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Até o momento, estão presos o sargento reformado da polícia militar Ronne Lessa, apontado pela polícia civil do Rio como autor dos disparos e o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de estar no carro que abordou as vítimas no dia do crime. Mas ainda não há conclusão de quem mandou, executou e a motivação do crime.
O crime é apurado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Ministério Público do Rio de Janeiro. Atualmente, as investigações seguem em “marcha lenta”.
Ao jornal Estado de Minas, a fundadora e membro da diretoria colegiada do Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM), Cecília Coimbra, afirmou que não há qualquer esperança de que o caso seja elucidado “enquanto os grupos políticos de extrema direita estiverem à frente das organizações governamentais”.
Em novembro de 2019 a Polícia Federal encerrou uma investigação que indicavam participação de políticos e policiais na tentativa de “obstruir” as apurações de responsabilidades.
Em nota, o Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania ressalta que a data coincide com o Dia Internacional de Homenagem às Vítimas de Desaparecimentos Forçados.
“É uma coincidência histórica bastante significativa. Todo o legado da ditadura militar está aí presente: a institucionalização das execuções sumárias, da tortura, dos desaparecimentos forçados. Novecentos dias da execução de Marielle e Anderson sem nenhuma solução a vista. “
Para o instituto, a falta de solução evidencia o projeto bolsonarista: a presença orgânica das milícias no Palácio do Planalto.
Parlamentares pedem por justiça
Nas redes sociais, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, pedem por justiça.
A atriz Patricia Pillar também usou suas redes sociais para exigir solução ao caso. Em postagem, Patricia afirma que “a voz de Marielle Franco continua atenta e forte em nossas almas e corações”.