
A União dos Policiais do Brasil (UPB) — que abrange delegados, peritos, agentes da Polícia Federal, policiais rodoviários federais e outras 20 carreiras da segurança pública —, está organizando uma manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). As principais insatisfações da entidade estão relacionadas a pontos propostos pelo governo na PEC Emergencial, aprovada na madrugada desta sexta-feira (12) pela Câmara dos Deputados, que pode congelar salários do funcionalismo durante crises fiscais.
“A fim de deixar claro o descontentamento pelo tratamento injusto com o qual os profissionais de segurança pública civil, que mantiveram suas atividades durante toda a pandemia, vêm sendo tratados pelo governo federal, a UPB manterá sua mobilização, sobretudo ante ao novo desmonte que se avizinha qual seja: a reforma administrativa (PEC 32/20)”.
A entidade ainda deixa claro que durante a discussão da PEC Emergencial “jamais celebrou qualquer acordo com o governo federal, sendo sequer chamada para negociação nesse sentido”.
Diante desses argumentos, a UPB convocou dois atos: uma carreata pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na quarta-feira (17); e uma mobilização dos servidores da segurança pública civil na segunda feira (22), em frente a cada uma das unidades de trabalho. Confira a nota completa abaixo:
Insatisfação e arrependimento dos policiais
Na última quarta-feira (10), Bolsonaro também enfrentou uma dura manifestação de policiais. Dirigentes de 24 entidades que representam diversas categorias policiais se reuniram em Brasília para protestar contra o congelamento de salários, promoções e contratações por até 15 anos, consequências previstas na PEC Emergencial.
No dia, integrantes da União dos Policiais do Brasil alegaram que, embora estejam na linha de frente de combate à Covid-19, não têm sido tratados como categoria de serviço essencial. Eles também acusaram o governo de promover desmanche da segurança pública no Brasil nos últimos dois anos.
Os representantes admitiram que grande parte da categoria votou em Bolsonaro em 2018, acreditando em seu discurso de combate à criminalidade e de valorização dos agentes de segurança pública. Segundo esses dirigentes, no entanto, boa parte da categoria está decepcionada e desmotivada por entender que o atual governo não tem compromisso com a área nem com o serviço público em geral.
“Fiz campanha, falei para os meus amigos e família votarem no Bolsonaro porque ele ajudaria nossa categoria, seria a favor da segurança e contra a corrupção. A gente se mobilizou, buscou voto. Tudo isso caiu porque ele não nos enxergou depois de eleito, não nos considerou. Para ele, a gente não existe”, disse o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e um dos líderes da União de Policiais do Brasil, Dovercino Neto, para a BBC Brasil.
Com informações do Uol e BBC Brasil