
Uma das barragens da comunidade de Godofredo Viana, no extremo oeste do Maranhão — a 338 quilômetros da capital do estado, São Luís —, rompeu na última quinta-feira (25). De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), os rejeitos teriam contaminado o rio Tromaí.
A operação, de responsabilidade da Mineradora Aurizona (MASA S/A), pertence ao grupo privado canadense Equinox Gold. Trata-se da maior reserva mineral de ouro do Brasil e uma das principais do mundo.
Em sua rede social, o deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ) demonstrou indignação com o acontecido, chamando o rompimento de “desastre ambiental”. O socialista também pediu um “basta de tragédia e de impunidade”.
Desastre ambiental no Maranhão!
— Carlos Minc (@minc_rj) March 27, 2021
Rompimento da barragem da mineradora canadense causa tsunami tóxico em região próxima ao Pará.
Vejam a matéria no blog do Pedlowski.
Populações, rios e Biodiversidade seriamente afetados.
Basta de tragédia e de impunidade.https://t.co/MYSVxyk122
Em nota, a companhia canadense desmentiu o rompimento. “Não houve qualquer impacto sobre a sua estrutura operacional como barragens e outras instalações, que estão intactas e operando normalmente. Ou seja, não houve qualquer alteração na segurança e estabilidade das estruturas operacionais, principalmente na barragem de rejeitos”, declarou.
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Porém, moradores postaram, durante todo o dia, imagens e vídeos que mostram o município tomado por lama. Além disso, o vazamento teria bloqueado o acesso à única entrada do município, deixando diversas pessoas sem conseguir entrar e sair da cidade.
Confira abaixo:
Estamos dialogando com os moradores de Godofredo Viana/MA, a operação de responsabilidade da mineradora Aurizona do grupo Canadense Equinox Gold, é a maior reserva mineral de ouro do Brasil, informações preliminares dão conta que já há comprometimento abastecimento de água. pic.twitter.com/zLl4tqX2wG
— MAB (@MAB_Brasil) March 26, 2021
A MAB alertou para as graves consequências ambientais e para a população.
“A contaminação de minério deste tipo em corpos hídricos pode acarretar uma série de impactos sociais e ambientais na vida da população atingida, como a ocorrência de diversas doenças, além do aumento da pobreza e da desigualdade social, como ocorreu em Brumadinho, Minas Gerais”, afirmou.