
O Observatório Nacional da Mulher na Política permitirá que pesquisas e indicadores sobre o tema sejam agregadas em um único portal on-line, facilitando o conhecimento sobre a realidade das mulheres eleitas em todas as esferas. A iniciativa é da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, com apoio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Casa.
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A segunda procuradora adjunta da Mulher na Câmara, deputada federal Lídice da Matta (PSB-BA), explicou que a organização de documentos históricos em um portal contribui para a formulação de um arquivo nacional sobre a trajetória da luta política das mulheres.
Entre as conquistas recentes, a parlamentar socialista ressalta a conquista da reserva de 30% do Fundo Eleitoral para o financiamento de campanhas femininas.
“Precisamos crescer com participação na renda, incluídas, na renda da sociedade. O poder político está vinculado ao financiamento da eleição na sociedade brasileira e ao poder dos homens na economia, portanto, precisamos ter influência nessas duas áreas para garantir a ascensão da mulher na sociedade brasileira”, disse a parlamentar baiana, ex-prefeita de Salvador.
Lídice da Matta
A deputada Tereza Nelma (PSDB-AL), procuradora da Mulher da Câmara, reforçou a luta contra a violência política de gênero, e comentou sobre casos de ataques a mulheres parlamentares país afora.
“É inaceitável que uma vereadora seja ameaçada por expor suas opiniões no exercício do seu mandato, como ocorreu recentemente com minha própria filha, Teca Nelma, vereadora de Maceió. Também não é admissível que uma prefeita, como Eliana Gonzaga, do município baiano de Cachoeira, legitimamente escolhida pelo povo, viva com medo porque há pessoas que ameaçam sua vida desde que ela venceu a eleição. É inaceitável que uma ex-deputada e ex-candidata à Presidência da República, como Manuela D´Ávila, seja ameaçada de morte todos os dias e até sua filha, de cinco anos, seja ameaçada de estupro”.
Tereza Nelma (PSDB-AL)
Banco de dados sobre mulher na política
O Observatório tenta contribuir para consolidar pesquisas sobre participação da mulher na política com a presença de mais de 40 participantes, entre deputadas, pesquisadoras e representantes de organismos governamentais e não-governamentais.
O portal, que será lançado em breve, apresentará os resultados em três eixos temáticos: violência política contra a mulher; atuação parlamentar e representatividade feminina; e atuação partidária e processos eleitorais.
Mulheres na política brasileira
Iniciada com a luta pelo direito ao voto e intensificada na Constituinte de 1988, ganha mais força quando, entre 192 países pesquisados pela União Interparlamentar, o Brasil se apresenta na 140ª posição no que se refere à participação política de mulheres, ficando atrás de todas as nações da América Latina, com exceção do Paraguai e do Haiti.
No Brasil, a Câmara dos Deputados possui apenas 15% de mulheres e o Senado Federal 12%. Em âmbito municipal, 900 municípios não tiveram sequer uma vereadora eleita nas eleições de 2020.

Com informações da Agência Câmara