Alexandre Moraes determina a suspensão da nomeação do amigo do clã Bolsonaro para o cargo de diretor-geral da PF

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes acolheu, nesta quarta-feira (29), pedido do PDT e determinou a imediata suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
Ramagem foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro após a demissão polêmica de Maurício Valeixo. O ex-diretor da Abin é amigo dos filhos do presidente e foi coordenador da segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, avaliou como acertada a decisão de Moraes.
“A decisão do STF que suspende a nomeação do novo diretor da PF garante que a instituição não pode ser usada para atender interesses pessoais. Além disso, reflete a visão correta de que a PF é uma instituição de Estado e não de governo”, disse Siqueira.
Em sua decisão, Moraes ressalta que o presidencialismo garante amplos poderes para o presidente, mas exige o cumprimento de princípios constitucionais e da legalidade dos atos.
Depois de Bolsonaro anunciar a saída de Maurício Valeixo, o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro anunciou sua demissão em discurso que acusava o presidente de interferir politicamente nas investigações da Polícia Federal.
Ao indicar Ramagem, Bolsonaro inclusive chegou a admitir em entrevistas que tinha relação de confiança com ele. Caso assumisse o comando da PF, Alexandre Ramagem iria conduzir investigações sobre o envolvimento do filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, em disseminação de fake news.
Posteriormente, a Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) chegou a enviar carta aberta ao presidente alertando para clima de “instabilidade” e “crise de confiança” dentro da PF.