
O ex-ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendeu o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) das críticas do mercado financeiro e afirmou que a culpa da necessidade da PEC de Transição é do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Nunes faz parte da equipe de transição do governo eleito e entende que o petista vai consertar a “bagunça fiscal de Bolsonaro”.
“Lula sabe que o descontrole fiscal tem condições nefastas para os trabalhadores pequenos, mesmo para aqueles que não especulam no mercado financeiro. Há uma tentativa de emparedar o Lula. Mas ele sabe que não pode fazer o que quiser. Ele tem um orçamento bagunçado. Não sei quantas vezes o teto de gastos foi furado no governo Bolsonaro”, afirmou Nunes ao jornal UOL nesta sexta-feira (18).
Aloysio Nunes também comentou que o orçamento feito pelo governo Bolsonaro antes das eleições não tem “coisas essenciais” prometidas até mesmo por Bolsonaro, como o Auxílio Brasil no valor de R$ 600, a cobertura da Farmácia Popular e até dinheiro para merendas de creches. Na opinião de Nunes, o mercado financeiro precisa “se acalmar”.
“Não é possível que se desconheça o histórico de Lula de responsabilidade fiscal. E o histórico de Bolsonaro, de bagunça fiscal”, concluiu.
Mercadante: Equipe de transição de Lula estuda rever isenções fiscais para elevar receita
O ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos temáticos do Gabinete de Transição, sinalizou que o governo do presidente eleito Lula está analisando o alto volume de isenções fiscais com o objetivo de elevar as receitas futuras sem aumentar a carga tributária.
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“Ontem [quinta-feira (17)], por exemplo, vocês viram aqui o TCU, R$ 400 bilhões de subsídios, incentivo fiscal. Uma revisão nisso dá um ganho importante e tem outras propostas bem interessantes que serão apresentadas no momento oportuno. Teremos belas surpresas nessa área”, disse Mercadante nesta sexta-feira (18), de acordo com a Folha de S. Paulo.
“Tem uma discussão aprofundada sobre corte de despesas, sobre aumento de eficiência do gasto público, sobre combater desperdícios, que nós estamos identificando para poder atacar áreas prioritárias… e aumento de receita que não significa aumento de carga tributária”, completou.