
O governo federal “retificou” nesta terça-feira (23) a exoneração do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub. De acordo com a nova publicação, feita no Diário Oficial da União, a saída de Weintraub ocorreu no dia 19. A exoneração havia sido publicada no último sábado (20), mesmo dia em que Weintraub se apresentou como ministro ao desembarcar nos Estados Unidos.
Nesta segunda (22), o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) ingressaram com uma representação para que a Corte apure uma possível participação do Itamaraty na viagem de Weintraub e sua entrada repentina nos Estados Unidos.
A saída de Abraham Weintraub do cargo de ministro da Educação foi anunciada em um vídeo publicado em rede social ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-ministro ficou 14 meses no cargo e sua demissão foi um gesto de trégua ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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Demissão
Após ser demitido do MEC na última quinta-feira (18), o ex-chefe do MEC afirmou que embarcaria nos “próximos poucos dias” para Washington, nos Estados Unidos, onde pretende assumir uma diretoria do Banco Mundial, posto cujo salário chega a ser 400% maior ao de ministro.
Como a entrada de brasileiros nos Estados Unidos passou a ser proibida desde o dia 29 de maio em razão do avanço da pandemia do novo coronavírus, a entrada de Weintraub em território americano levantou suspeitas. Para ter acesso ao país, ele precisaria de passaporte diplomático, o que ele já não teria direito, após a exoneração.
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Nota
Logo após a “retificação”, o Governo divulgou uma nota para justificar o ajuste. No texto, a Secretaria-Geral da Presidência afirma que a carta em que Weintraub pede sua exoneração foi entregue apenas no sábado (20), data em que o ex-ministro já havia chegado a Miami.

STF
No Brasil, Weintraub é alvo do inquérito que investiga ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e disseminação de notícias falsas, além de ser alvo de investigação sobre o crime de racismo contra chineses. Ministros da Corte já revelaram, inclusive, que ele poderia vir a ser preso.
Com informações do Estadão