
O jornal The Washington Post, diário de maior circulação publicado na capital norte-americana, repercutiu nesta segunda-feira (27) o aumento das queimadas no Pantanal.
Em um alerta publicado na edição imprensa, o diário afirma que o número de incêndios nas zonas úmidas do Pantanal mais que dobrou no primeiro semestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados por um instituto estadual. “Autoridades disseram que foi o maior número de incêndios em um período de seis meses em duas décadas.”
Segundo o Post, o aumento ocorre em meio a preocupações nacionais e internacionais para que o Brasil preserve recursos naturais, diante do aumento de incêndios na Amazônia, muitos deles destinados a disponibilizar terras para agricultura e outras indústrias. Enquanto isso, de acordo com o Post, outros apelos são feitos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que ele libere terras para impulsionar o desenvolvimento econômico.
“Foram registrados 2.534 incêndios no Pantanal, as maiores áreas úmidas tropicais do mundo, entre janeiro e junho, informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre janeiro e junho de 2019, o instituto registrou 981 incêndios. No sábado, o instituto registrou 1.322 incêndios adicionais em julho, totalizando 3.856 incêndios nos pântanos”, diz o jornal.
Emergência ambiental
Na última sexta-feira (24), o governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência ambiental para o combate às chamas que avançam sem controle por áreas rurais de Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Corumbá, Ladário, Bonito, Miranda, Porto Murtinho e Bodoquena.
O governo sul-mato-grossense considera setembro o mês mais crítico para incêndios florestais. A medida, assinada pelo governado Reinaldo Azambuja (PSDB), tem validade de 180 dias e foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado. A medida suspende os efeitos das autorizações ambientais de queimada controlada pelo mesmo período.
“O decreto de emergência e a portaria suspendendo a queima controlada foram necessários diante da situação por que estamos passando, onde os índices pluviométricos indicam uma estiagem mais crítica e prolongada dos últimos 30 anos, com efeitos não somente ambientais, mas às exportações de grãos e minérios pelo Rio Paraguai”, afirmou o secretário Jaime Verruck.
Em Mato Grosso, a estiagem já dura quatro meses e não há previsão de chuvas até o fim do mês. A solução foi declarar emergência. A baixa umidade do ar, de até 7%, também aumenta o risco de incêndios e problemas de saúde.
Um decreto sobre a situação de emergência já vigora no estado por 180 dias e autoriza a mobilização de toda a estrutura do Estado em ações de resposta ao desastre no Pantanal. O governo pode, por exemplo, convocar voluntários para reforçar o aparato oficial.
Com informações da Revista Exame.