
Na manhã desta sexta-feira (28), o Pastor Everaldo, presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC), foi preso, acusado de fazer parte do esquema de desvio de recursos públicos destinados ao combate da pandemia do novo coronavírus no Estado do Rio de Janeiro.
Mesmo nos bastidores, Everaldo tem uma história de protagonismo na articulação política.
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Everaldo Dias Pereira nasceu em 22 de fevereiro de 1956 no Rio de Janeiro. Hoje é pastor e um dos líderes da Assembleia de Deus, mas já foi camelô e servente de pedreiro antes de passar em um concurso público no Instituto de Resseguros do Brasil. Formou-se em Ciências Atuariais pela Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro (FEFRJ) e abriu sua própria corretora.
De cabo eleitoral a candidatura à Presidência
Nos anos 1990, foi cabo eleitoral de vários políticos evangélicos, entre eles Anthony Garotinho. Eleito governador, Garotinho concedeu a Pereira, em 1998, cargo de subchefe da Casa Civil. Filiado ao PSC desde 2003, ganhou notoriedade no partido até se tornar presidente nacional da legenda em 2015 – cargo que exerceu até antes da prisão.
Em 2014, Everaldo foi candidato à Presidência da República e ficou em quinto lugar no pleito, com cerca de 780 mil votos. A disputa fez com que Everaldo passasse a ser investigado pela operação Lava Jato sob acusação de ter recebido R$ 6 milhões da Odebrechet para ajudar Aécio Neves (PSDB) nos debates presidenciais de 2014, com o intuito de prejudicar a candidata Dilma Roussef e viabilizar o tucano.
Mesmo sem ter exercido cargo público por meio do voto, Everaldo se torno um importante ator político, especialmente, no Estado do Rio de Janeiro após apadrinhar o governador Wilson Witzel (PSC), que é acusado pela PGR (Procuradoria Geral da República) de ser o chefe dos esquemas de desvio dos recursos da saúde. O pastor é um dos grandes articuladores do governo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Apesar do elo com o governador afastado Wilson Witzel, Everaldo foi responsável por batizar o inimigo político do seu afilhado, Jair Bolsonaro (sem partido), no rio Jordão, em Israel. Além dos líderes do executivo, o pastor cultivou durante muito tempo relações com ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.
Com informações da Folha de S. Paulo, O Globo e Estadão