
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato apoiado por Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência do Senado, afirmou que não enxerga qualquer risco à democracia nas atitudes do presidente.
Em entrevista concedida à revista Época nesta quinta-feira (21), Pacheco não garantiu se sua gestão dará prosseguimento a um possível impeachment autorizado pela Câmara, em meio ao aumento de pedidos protocolados na Casa. Ao todo, já são 61 requerimentos, segundo a Agência Pública, que faz um trabalho de acompanhamento dos pedidos.
Ao ser lembrado sobre a frase proferida pelo presidente de “quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as suas Forças Armadas”, Pacheco se esquivou de comentários relacionados ao afastamento do mandatário. “Não posso falar em hipótese em um assunto desse. Depende do fato acontecido, e o fato não aconteceu”, disse.
‘Rótulos’ em razão de Bolsonaro
Ainda durante a entrevista , Pacheco diz não se importar com rótulos estabelecidos por sua aliança com o presidente. “O rótulo não importa. A realidade é que há uma manifestação de apreço, apoio e simpatia do presidente Bolsonaro à nossa candidatura, como há de outros segmentos. Mas a candidatura pertence ao Senado Federal. Os senadores são os donos dos votos”, disse.
Além de afirmar que não chegou a discutir pautas específicas importantes para o governo, o senador disse que não saberia avaliar o impacto de sua ligação com o presidente. “Pode ajudar por um lado, atrapalhar por outro. O que importa é que é significativa a manifestação do presidente da República de simpatia à nossa candidatura. É uma sinalização positiva de um diálogo muito bom que teremos nos dois anos”.
Pandemia e auxílio emergencial
Ele ainda disse que o “enfrentamento eficaz para dizimar a pandemia do Brasil” será sua bandeira em caso de uma possível vitória. Em relação ao auxílio emergencial pago aos mais prejudicados pela crise sanitária, Pacheco declarou que este é um assunto a ser tratado pela pasta comandada por Paulo Guedes.
“Temos responsabilidade fiscal, compromisso com o teto de gastos públicos. Compreendemos, por outro lado, que há uma necessidade de socorrer os mais vulneráveis, mais necessitados, seja com alguma modalidade de assistência, seja com um incremento do Bolsa Família. Vamos discutir com o Ministério da Economia a forma de fazer, para saber quais nossos limites”.
Candidatos de Bolsonaro na dianteira
A pouco mais de uma semana das eleições que definirão as posições de comando no Congresso Nacional pelos próximos dois anos, analistas políticos apontam candidatos apoiados pelo presidente como os favoritos nas disputas.
O Ranking foi elaborado pela 23ª edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as expectativas de consultorias de análise de risco político e analistas independentes sobre alguns dos assuntos em destaque na cena política nacional.
Segundo o levantamento, realizado entre os dias 18 e 20 de janeiro, 57% dos participantes veem Arthur Lira (PP-AL) à frente na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.
Disputa no Senado
Já no Senado Federal, a avaliação dos especialistas é de uma situação mais confortável para o candidato apoiado pelo governo federal. Para 86% dos entrevistados, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é o favorito na disputa. Ele conta com o apoio de nove legendas: DEM (5), PSD (11), PP (7), PT (6), PDT (3), PL (3), Republicanos (2), Pros (3) e PSC (1).
Do outro lado, a candidata Simone Tebet (MDB-MS) foi apontada por 14% dos entrevistados. A senadora é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e nesta disputa representa a maior bancada partidária da casa legislativa, composta por 15 parlamentares. Ela recebeu apoio formal de Podemos (9), Cidadania (3) e PSB (1), mas também espera contar com votos em outras siglas, como o PSDB (7).
Com informações da revista Época e InfoMoney