A consultoria Eurasia analisa que o bloco europeu está à espera de condições políticas mais favoráveis para assinar acordo de livre-comércio

O aumento da desconfiança de europeus em relação ao compromisso do Brasil com metas climáticas e ambientais tem reduzido margens de negociação do acordo de livre-comércio com o Mercosul, posto na geladeira pela União Européia (UE). Ainda segundo análise feita por uma das principais companhias de avaliação de risco político, a consultoria Eurasia, o bloco europeu está à espera de condições políticas mais favoráveis para assinar o acordo.
Segundo o diretor para a Europa da consultoria, Emre Peker, e o analista para o Brasil Filipe Gruppelli Carvalho, essa desconfiança é crescente e só ganhou força com dados recém divulgados de recorde de desmatamento na Amazônia.
A Folha registra que o acordo entre Mercosul e UE está na fase da revisão legal, e, em função disso, seus problemas mal começaram.
A ameaça Bolsonaro
“Para os europeus, a maior ameaça ao acordo é o presidente Jair Bolsonaro e sua desconsideração pela preocupação global com o fraco histórico ambiental do Brasil e o crescente desmata-mento na Amazônia” consultoria Eurasia, em análise destacada pela Folha.
Depois de assinado, o consenso de livre-comércio se torna uma proposta oficial de acordo comercial, que precisa ser aprovada em diversas instâncias como a do Conselho Europeu e dos Parlamentos nacionais e regionais (no caso de federações, como a Bélgica). Caso ele seja reprovado em qualquer uma dessas instâncias, volta à estaca zero.