
O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou nesta segunda-feira (29) que irá até a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior usina nuclear da Europa, que está sob alto risco de um acidente radioativo sem precedentes.
Rafael Mariano Grossi vinha tentando a visita há meses e alertou para o “risco real de uma catástrofe nuclear” por conta de bombardeios à usina. Ainda sem uma resolução do impasse, Moscou e Kiev se acusam mutuamente de atacar a usina, que atualmente está sob domínio dos russos.
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“Chegou o dia, a missão da AIEA está a caminho de Zaporizhzhia. Devemos proteger a segurança da Ucrânia e da maior central da Europa”, escreveu Rafael Grossi no Twitter. Segundo informou, a equipe chegará “no final desta semana”.
Na última semana, durante negociações após apelos da comunidade internacional diante da situação da usina nuclear, os governos da Rússia e da Ucrânia concordaram com a inspeção da agência nuclear. O objetivo é evitar o desastre, que causaria um estrago jamais antes visto.
Também nesta segunda, o Kremlin voltou a acusar a Ucrânia, desta vez de tentar um novo ataque à usina e informou ter derrubado um drone das Forças Aéreas ucranianas que tentava um novo bombardeio.
A central de Zaporizhzhia tem seis dos 15 reatores nucleares ucranianos e foi tomada em março pelas tropas russas, pouco depois do início da invasão em 24 de fevereiro. A operadora ucraniana Energoatom advertiu ainda no sábado (27) sobre o risco de vazamento radioativo e incêndios em consequência dos ataques.
A ONU pediu o fim de todas as atividades militares na área próxima à usina.
A visita da AIEA demorou a ser autorizada porque, inicialmente, a Ucrânia temia que o fato legitimasse a ocupação russa, mas mudou de ideia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky foi o primeiro a defender que a visita ocorresse o mais breve possível.
Na última semana, a central e seus reatores de 1.000 megawatts cada um foram “totalmente desconectados” da rede nacional de energia por danos provocados nas linhas elétricas. Depois foram reconectados e reiniciados.
Os funcionários da AIEA que irão na visita devem ter acesso a todas as instalações nucleares da Ucr. ânia de maneira segurança “e sem impedimentos”.