Na primeira eleição municipal após a vitória de Jair Bolsonaro em 2018, a extrema direita e o conservadorismo naufragaram. Além de nenhum dos candidatos apoiados pelo presidente ou aqueles que buscaram se associar a ele terem conseguido vencer em cidades importantes, ainda ocorreu alguns reveses simbólicos.
Seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), candidato à reeleição para vereador no Rio de Janeiro, foi reeleito, mas encolheu cerca de 35 mil votos em relação a 2016, quando foi o campeão na capital do estado. Ele ficou em segundo, com cerca 71 mil votos, perdendo o posto para o oposicionista Tarcisio Motta (PSOL), que teve cerca de 86 mil votos.
Wal do Açai recebeu o apoio em peso da família Bolsonaro, incluindo o do próprio presidente, mas não conseguiu se eleger vereadora em Angra dos Reis (RJ). Teve apenas 266 votos. Segundo a Folha de S. Paulo, Wal foi funcionária fantasma de Jair quando ainda era deputado.
Celso Russomanno (Republicanos-SP), que também recebeu apoio direto do presidente em diversas lives, ficou em quarto na disputa à Prefeitura de São Paulo. Bruno Engler (PRTB) até conseguiu subir na reta final, em Belo Horizonte, mas não conseguiu evitar a reeleição de Alexandre Kalil (PSD).
Para o segundo turno restou Marcelo Crivella (Republicanos) no Rio, porém o candidato enfrentará uma batalha difícil contra o favoritismo de Eduardo Paes (DEM). Em Fortaleza também tem o Capitão Wagner (PROS) que enfrentará uma dura disputa contra Sarto (PDT), candidato da família Gomes.
Bolsonaro disfarçando as evidências
Numa tentativa de minimizar a derrota nas urnas, Bolsonaro chegou a apagar neste domingo um post que apoia a candidatos. O presidente declarou adesão abertamente a 59 candidatos. A maioria deles obteve o apoio durante o que o ele batizou de “lives eleitorais gratuitas”.
Logo após os primeiro resultados serem divulgados neste domingo (15), Bolsonaro ainda afirmou que a esquerda sofreu uma “histórica derrota”, o que indicaria, em sua visão, que a onda conservadora de 2018 chegou para ficar. “Para 2022, a certeza de que, nas urnas, consolidaremos nossa democracia com um sistema eleitoral aperfeiçoado”, afirmou.
Com informações da Folha de S. Paulo