
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga classificou a vacinação contra a covid-19 como “sucesso”. Apesar de cidades de cinco estados terem relatado falta de vacinas na última semana, ele classificou o problema como “narrativa” e jogou a responsabilidade nos estados.
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Muito usada atualmente, a palavra ‘narrativa’ é uma forma pejorativa de dizer que se trata de uma versão inverídica do fato.
O ministro atribuiu a falta dos imunizantes à falta de cumprimento das orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) por parte dos estados.
De acordo com ele, houve, por exemplo, a antecipação dos intervalos entre doses e a vacinação dos adolescentes.
“Eu também falei que quem adotasse esquemas diferentes do PNI não teria garantias de doses. Por conta disso (desrespeito ao PNI) que surgem essas narrativas que falta dose. Na realidade, muitos já avançaram além (dos públicos previstos) e, se avançaram, é porque tinha doses”, afirmou Queiroga em Brasília.
‘Reclamadores crônicos’, diz Queiroga
Queiroga afirmou que há “reclamadores crônicos” no país e usou sua recente visita ao Amazonas para criticar diretamente o estado de São Paulo.
“Por que em uma comunidade ribeirinha tem vacina e no principal estado do país não tem? É porque lá no Amazonas estão seguindo as orientações do Programa Nacional de imunização. Você pode ver: quem reclama? Quem são os reclamadores crônicos? E aí vc verifica as publicidades que fizeram. Não foi o Ministério da Saúde que fez a publicidade (do avanço na vacinação)”, disse Queiroga.
Falta de doses nos estados
Levantamento realizado pelo G1 apontou que a aplicação da segunda dose da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 tinha sido suspensa em diversas cidades no Brasil devido à falta do imunizante em São Paulo, Rio Grande do Norte, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso do Sul.
Na cidade de São Paulo, o desabastecimento já chegava a quase 100% dos locais autorizados para a aplicação. A vacinação no Espírito Santo, em Minas Gerais e em Santa Catarina poderia ser interrompida na próxima semana, caso não houvesse novas remessas da AstraZeneca.
Com informações do G1