Na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) começou a rodar o país em busca de votos da oposição. Na última segunda-feira (7), foi ao Recife e se reuniu com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e com deputados da legenda, a segunda maior da oposição, com 31 cadeiras.
A sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no entanto, dificulta o apoio. De acordo com a Folha de S. Paulo, buscando afastar a imagem de bolsonarista, Lira tenta emplacar o discurso de que, se eleito, comandará a Câmara com independência.
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Um participante da reunião de cerca de duas horas ocorrida no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano, disse que Lira também afirmou estar disposto a pactuar compromissos com os deputados com quem conversou, embora não tenha detalhado quais.
O PSB ainda não definiu que caminho vai seguir na disputa pelo comando da Câmara. Há dois anos, o partido debandou da chapa de Rodrigo Maia (DEM-RJ) depois que o PSL, então partido de Bolsonaro, passou a apoiar a reeleição do presidente da Câmara.
Apesar disso, a votação, em 1º de fevereiro, é secreta, o que permite “traições”. Dois líderes dos partidos de oposição ouvidos pela Folha estimam que Lira pode conseguir cerca de 20 votos do grupo, que hoje conta com 132 dos 513 deputados -PT (54), PSB (31), PDT (28), PSOL (10) e PCdoB (9).
Outro motivo que dificulta a estimativa de votos, é o leque de apoio declarado por Maia. O atual presidente da Corte diz apoiar hoje os pré-candidatos Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Luciano Bivar (PSL-PE) e Elmar Nascimento (DEM-BA).
Lira, que nesta terça-feira (8) reuniu-se com integrantes do PCdoB, também vai atuar no bolsão de Maia. Nos próximos dias, terá encontros com Elmar Nascimento, Luciano Bivar e Marcos Pereira.
Com informações da Folha de S. Paulo