
Depois de Jair Bolsonaro (sem partido) estimular uma campanha para que a população não votasse em candidatos que utilizam recursos do Fundo Eleitoral, seu filho 02, o candidato a vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), apresentou prestação de contas parcial à Justiça informando gasto de R$ 22,1 mil em material de eleitoral bancado pela verba pública. A informação foi divulgada pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo no fim do último sábado (24).
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Segundo a coluna, os documentos entregues pelo filho de Bolsonaro apontam que ele obteve material oriundo da campanha de Marcelo Crivella (Republicanos) à Prefeitura do Rio, adesivos e outros itens de propaganda comum aos dois candidatos, a chamada “dobrada”, tendo como fonte o Fundo Eleitoral. Até agora, o filho do presidente declarou receitas no valor de R$ 45 mil.
“Não vote em parlamentar que recebe fundão”
Em janeiro, Bolsonaro sofria pressão de parte de sua base eleitoral para que vetasse o direcionamento de R$ 2,035 bilhões para financiar a campanha de prefeitos e vereadores durante a corrida eleitoral deste ano. Após ameaçar veto, o presidente sancionou a medida sob o argumento de que era pressionado pelos partidos e pela legislação, mas adotou um discurso bastante crítico.
“Eu lanço a campanha aqui, não vote em parlamentar que recebe fundão”, disse Bolsonaro em janeiro, em meio a aplausos de apoiadores. “Eu me elegi com R$ 2 milhões, via campanha na internet, e 8 segundos na televisão. Quem quer muito tempo e muito dinheiro, quer esconder a verdade. O parlamentar, especial que já tenha mandato, ele tem o momento para se fazer presente junto à população, de modo que não precise de dinheiro para sua reeleição ou até mesmo eleição para os novos que estão entrando na política”, acrescentou, à época.
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Apesar do discurso, Bolsonaro foi beneficiário de dinheiro público para suas campanhas, inclusive para a presidencial, em 2018.
Crivella, que conta com o apoio do clã Bolsonaro no Rio, declarou receita quase que exclusiva oriunda do Fundo Eleitoral, R$ 1,7 milhão.
Além de Carlos, a ex-mulher de Bolsonaro, Rogéria (Republicanos), também candidata a vereadora no Rio com o apoio do clã, declarou recebimento de R$ 100 mil do Fundo Eleitoral. Ela é mãe dos três mais velhos do presidente.
Apelo de Carlos
Em um vídeo publicado em 18 de outubro, o vereador carioca se disse preocupado com sua campanha e pediu apoio financeiro de seus correligionários. Na gravação, ele afirmou que queria evitar o uso do dinheiro do fundo partidário e que, até aquele momento, só tinha recebido R$ 20 mil reais em doações, recursos desembolsados por ele próprio e por seu pai. “Quem diz que a eleição já está vencida está minimamente equivocado, porque quando não falam isso de má-fé, falam isso de inocência”, declarou ele.
Com informações da Folha de S.Paulo de Veja