O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu Partido Democrata lutam contra o tempo para reverter à queda estratosférica da popularidade do atual governante, faltando apenas sete meses para as eleições legislativas de meio de mandato.
A taxa de aprovação de Biden está em 40%, segundo pesquisa Reuters/Ipsos realizada em 21 e 22 de março de 2022 no país estadunidense. É o menor nível entre os levantamentos realizados pela empresa. Representa queda de 3 pontos percentuais em relação à semana anterior.
O percentual é o mesmo que seu antecessor, Donald Trump, tinha em meados de março de seu segundo ano de mandato, em 2018.
A popularidade de Biden começou a cair em meados de agosto, quando as mortes por complicações da pandemia da Covid-19 aumentaram e os militares dos EUA enfrentaram uma “retirada caótica” do Afeganistão, diz a Reuters. O cientista político Bill Galston, do The Brookings Institution, afirmou que “Biden terá de mudar a forma como conduziu o país até agora, porque a insatisfação está crescendo mesmo entre seus pares de partido.”
Em uma tentativa de inverter o cenário desfavorável, o ocupante do Salão Oval tenta destacar algumas conquistas, como o crescimento do emprego, já que no mês passado a taxa de desemprego caiu para um mínimo de 3,6%.
Os “problemões” de Biden
Em linha com essa estratégia, Biden levou nesta semana o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) — que ainda é amplamente aceito —, à mansão executiva para participar de um evento dedicado a ampliar o acesso ao seguro de saúde sob o Care Act. Affordable Care, mais conhecido como “Obamacare“. No entanto, esses tipos de ações são ofuscados por problemas de maior peso para os estadunidenses, como o aumento dos preços dos alimentos e da gasolina, enquanto a inflação está em seu nível mais alto dos últimos 40 anos.
O anúncio de Biden de liberar um milhão de barris de petróleo por dia do estoque dos EUA pelos próximos seis meses foi um reconhecimento dos danos que sua posição sobre a guerra na Ucrânia traz para a economia e suas ambições políticas.
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O “problemão” do petróleo soma-se a outros, como o fim da prorrogação do pagamento do crédito estudantil a 1 de maio, que, se não fosse novamente adiado ou suspenso, levaria à inadimplência cerca de 7,8 milhões de pessoas.
Há também o dilema da imigração, uma crise latente que é o assunto da cidade para os republicanos, que podem aproveitá-la ainda mais quando no mês seguinte terminar a aplicação do polêmico Título 42, promovido pelo ex-governador Donald Trump (2007-2021) para justificar a expulsão dos indocumentados sem a opção de solicitar asilo.
Enquanto os resultados ruins das pesquisas para Biden persistirem, um estrategista citado pelo jornal The Hill disse que eles vão “massacrar” os democratas nas urnas em novembro, quando o novo equilíbrio de forças será decidido no Capitólio com as eleições legislativas.
Com informações da Prensa Latina e Revista Exame